Privatização da Sabesp vai prosseguir apesar de crise da Enel após ventania em SP, diz presidente

SÃO PAULO (Reuters) - O processo de privatização da Sabesp deve continuar seu curso após a prestação de esclarecimentos da companhia a autoridades, com a regulação do setor de saneamento sendo "boa com alguns pontos a serem melhorados", afirmou o presidente da companhia de água e esgoto de São Paulo, André Gustavo Salcedo.

"A minha percepção é que o processo vai andar após o esclarecimento acontecer", afirmou o executivo nesta sexta-feira em conferência com analistas após a Sabesp ter divulgado na noite da véspera queda de 21,7% no lucro líquido do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2022, a 846 milhões de reais.

A crise disparada no fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo por fortes ventos e tempestade na semana passada, que deixaram dezenas de milhares de pessoas sem eletricidade por vários dias, gerou questionamentos entre parlamentares paulistas sobre a viabilidade da privatização da Sabesp.

Salcedo foi convidado para participar na tarde desta sexta-feira de uma sessão da Comissão Especial para Estudos Relativos ao Processo de Privatização da Sabesp da Câmara de Vereadores de São Paulo.

"A crise (com a Enel) trouxe uma luz sobre o modelo de regulação, que no caso do saneamento a legislação é boa e pode ser melhorada", disse Salcedo, sem dar detalhes. "No caso de saneamento, o poder concedente é municipal e estadual. Há uma proximidade muito grande da supervisão", afirmou o executivo.

As ações da companhia, que têm sido influenciadas nos últimos meses pelas expectativas do mercado em torno da privatização, exibiam queda de 0,3% às 12h27, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 1%.

Analistas do Itaú BBA afirmaram em relatório a clientes nesta sexta-feira que nos últimos meses houve a ocorrência de múltiplos eventos que "melhoraram significativamente" as chances de uma privatização da Sabesp.

Os analistas citaram que a expectativa é que a legislação que permite dar andamento ao processo de privatização da maior empresa de saneamento do Brasil possa ser aprovada até o final de novembro na assembleia paulista.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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