CORREÇÃO-PagBank tem lucro recorde de R$411 mi no 3° tri com menores despesas e alta de 11% no TPV

(Corrige 6° parágrafo para retirar trecho sobre a empresa atuar através da marca PagSeguro no negócio de adquirência; atualmente, a companhia opera como PagBank também nessa vertente.)

SÃO PAULO (Reuters) - O PagBank registrou lucro líquido recorde de 411 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 8% na comparação anual, com efeito de queda nas despesas, em especial as financeiras, e recuperação de receitas, informou a companhia nesta quinta-feira.

Na base recorrente, que exclui principalmente efeitos de programa de bonificação por ações a executivos, o lucro de 440 milhões de reais também foi recorde, avanço de 7% frente ao mesmo período de 2022, disse a empresa de pagamentos e serviços financeiros.

Analistas esperavam, em média, lucro líquido de 398,6 milhões de reais e lucro líquido recorrente de 422,6 milhões de reais, com base em dados da LSEG.

O avanço do lucro veio apesar de uma receita líquida praticamente estável em comparação a um ano antes, em 4 bilhões de reais. No trimestre passado, o indicador havia recuado 2%, em base anual, com impacto do teto na tarifa de intercâmbio de cartões pré-pagos que entrou em vigor em abril.

"Esperamos retomar crescimento de receita a partir do quatro trimestre de 2023", disse à Reuters o diretor executivo de relações com investidores, Eric Oliveira. Ele ainda afirmou que a queda na receita de serviços financeiros em função do teto foi compensada por "eficiências em custos de transação".

No negócio de adquirência, o principal da empresa, o volume total de pagamentos (TPV) processados foi de 99,8 bilhões de reais no trimestre encerrado em setembro, um avanço de 11% ano a ano, com crescimento em todos os segmentos de atuação -- microempreendedores (9%), PMEs (18%) e grandes contas (3%).

"A tendência para os próximos meses é positiva", afirmou o presidente da empresa, Alexandre Magnani, sobre o TPV. "Ele (TPV) acelerou conforme os meses foram passando no terceiro trimestre, e temos visto a mesma tendência no quatro trimestre", acrescentou o diretor financeiro, Artur Schunck, sem detalhar.

O "take rate", parcela do volume que fica com a companhia, caiu para 2,46%, de 2,53% no segundo trimestre e 2,90% um ano antes.

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As despesas financeiras da empresa caíram 11%, para 820 milhões de reais, na primeira queda em base anual desde 2021, quando começou o ciclo de alta da taxa de juros Selic. Na comparação sequencial, elas já vinham cedendo desde o quarto trimestre de 2022, mas subiram 3% neste trimestre.

A queda na base anual, segundo Oliveira, "não tem relação somente com o início do ciclo de corte de juros, mas também tem correlação com o aumento da participação dos depósitos na nossa estratégia de 'funding', porque o depósito hoje é a fonte de 'funding' mais barata para a companhia".

As despesas operacionais do PagBank recuaram 14%, para 610 milhões de reais, enquanto as perdas totais, que incluem com chargebacks e de créditos, caíram 39%, para 165 milhões de reais, ambas em base anual.

Na unidade de serviços financeiros, os depósitos subiram 11% ano a ano, para 21,6 bilhões de reais.

Já a carteira de crédito fechou setembro em 2,5 bilhões de reais, queda ante os 2,7 bilhões de reais de um ano antes, diante da estratégia da companhia nos últimos trimestres de focar em originação com garantia -- o percentual da carteira com garantia subiu de 35% para 60% em 12 meses. No mesmo período, a inadimplência acima de 90 dias caiu de 23,6% para 10,7%.

(Reportagem de André Romani)

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