Empresas Simpar focam em redução de dívida e miram crescimento em 2026

Por Alberto Alerigi

SÃO PAULO (Reuters) - A holding de empresas Simpar está concentrada em reduzir sua alavancagem e na execução de sinergias e oportunidades de crescimento criadas após mais de 20 aquisições nos últimos três anos, afirmaram executivos do grupo nesta quarta-feira.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com uma relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 3,7 vezes, praticamente estável sobre o mesmo período do ano passado.

"Entramos em novo ciclo... O ciclo dos próximos anos passa por extração de valor do que foi construído, tem oportunidade de muito crescimento à frente", disse o presidente-executivo do grupo Simpar, Fernando Simões, durante apresentação a analistas e investidores, se referindo a um período de ciclo de dois a três anos.

"No médio prazo poderemos até zerar a dívida da holding", disse o executivo, acrescentando, porém, que a empresa mira um cenário de alavancagem de 2,5 vezes como ideal.

O executivo evitou comentar abertamente se a companhia avalia potenciais desinvestimentos de ativos, explicando que as discussões envolvem "movimentos estratégicos". "Não somos uma empresa de venda, mas não somos casados com nenhum negócio."

Falando sobre a transportadora logística do grupo, a JSL, o presidente da unidade, Ramon Peres Alcaraz, afirmou que a empresa, inclusive, se mantém aberta a aquisições de ativos, mas desde que as companhias alvo do interesse da empresa estejam em setores complementares aos de atuação da companhia.

"Estamos abertos a aquisições, mas não a qualquer preço", disse Alcaraz, durante a apresentação.

A JSL fez nos últimos anos oito aquisições e a companhia, focada em setores como agronegócio e transporte de bens de consumo, está presente em oito países.

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Mas um dos pontos de questionamento dos analistas sobre a JSL, uma das principais empresas do grupo, foi referente à liquidez das ações da empresa no mercado.

Questionado se a companhia poderia avaliar uma emissão subsequente (follow-on) de papéis como forma de fomentar a liquidez, Simões disse que a companhia poderá ir ao mercado quando entender que vai gerar valor para o acionista. "Hoje não é o caso", disse o executivo.

"Falta mais é um clique no mercado para entender o que está sendo construído do que um follow-on ou coisa desse tipo", afirmou Simões.

Mais cedo, a Simpar divulgou algumas previsões de desempenho de parte das empresas do grupo, incluindo a rede de concessionárias de veículos Automob, que estima atingir receita bruta de 18,3 bilhões de reais em 2026, Ebitda de 1,3 bilhão e margem Ebitda de 7,5%. A empresa tem expectativa de abrir 100 lojas nos próximos anos, ante 32 em 2024.

Na frente de frotas de caminhões, onde a Vamos é parte da Simpar, Simões afirmou que a expectativa é de que o mercado nacional eleve as vendas de novos em 10% no próximo ano ante a queda deste ano, que até o final de outubro era de cerca de 15%, segundo os dados da associação de montadoras, Anfavea.

As ações da Simpar exibiam alta de 3,8% às 13h54, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 0,7%. No mesmo horário, a JSL, subia 1,2% e a Vamos avançava 3,7%.

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(Edição de Paula Arend Laier e Patrícia Vilas Boas)

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