Brasil aumenta presença militar na fronteira norte em meio a disputa entre Venezuela e Guiana, diz ministério
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil intensificou ações de defesa ao longo de sua fronteira norte enquanto monitora uma disputa territorial entre seus vizinhos Guiana e Venezuela, disse o Ministério da Defesa brasileiro nesta quarta-feira.
"O Ministério da Defesa tem acompanhado a situação. As ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar", disse o ministério em um comunicado.
O esforço do Brasil para deslocar mais recursos militares para o norte ocorre em meio às crescentes tensões entre a Venezuela e a Guiana sobre uma região rica em petróleo conhecida como "Esequiba", que constitui mais de dois terços do território da Guiana.
As reivindicações da Venezuela sobre Esequiba, que têm sido fonte de uma longa disputa territorial, foram reacendidas nos últimos anos após a descoberta de petróleo e gás pela Guiana perto da fronteira marítima.
Em 3 de dezembro, os venezuelanos votarão em um referendo sobre "os direitos" sobre Esequiba. Espera-se que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decida na sexta-feira sobre uma solicitação da Guiana para que o referendo seja cancelado. O governo venezuelano disse que irá em frente, não importa o que aconteça.
A Venezuela protestou contra uma licitação de petróleo anunciada pela Guiana em setembro, argumentando que as áreas em alto-mar estão sujeitas a disputas e que as empresas que receberem os campos não terão o direito de explorá-los.
O Ministério das Comunicações da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as ações do Brasil.
(Reportagem de Ricardo Brito e Peter Frontini; reportagem adicional de Vivian Sequera, em Caracas)
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