Setor de máquinas e equipamentos espera retomada de receita em 2024, diz Abimaq

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de máquinas e equipamentos espera que a receita líquida volte a crescer em 2024, depois de um 2023 fraco, informou nesta quarta-feira a associação do setor, Abimaq, em sua primeira projeção para o próximo ano.

A Abimaq estimou avanço de 2,4% na receita líquida total em 2024, após queda prevista neste ano de cerca de 8%.

Para a produção, a estimativa da Abimaq é de alta de 1,9% no ano que vem.

As projeções têm como base a expectativa de uma recuperação na indústria em 2024, além de melhora na área de construção civil e estabilidade no setor agrícola, segundo a diretora-executiva de economia da Abimaq, Cristina Zanella.

Apesar dessas expectativas, a indústria manteve em outubro uma trajetória negativa, com queda de 12,1% na receita líquida total na comparação ano a ano, para 23,77 bilhões de reais, segundo a Abimaq.

"É um valor que veio bem abaixo das nossas expectativas", disse Zanella a jornalistas.

A queda de receita líquida total em outubro ocorreu diante de recuo de 21,4% na receita líquida no mercado interno, na base anual, para 16,59 bilhões de reais. O consumo aparente caiu 19,1% em igual comparação.

A Abimaq prevê para 2023 queda de 8,2% na receita total do setor, puxada por uma receita doméstica mais fraca, que, por sua vez, deve encolher 12,2% no ano.

"A gente esperava desempenho positivo para este ano. Conforme as coisas foram evoluindo, fomos revisando nossas expectativas, e agora vemos esse quadro de uma queda bem próxima de 10%", disse Zanella. A retração da receita total acumulada em 2023 até o fim de outubro era de 9,8%.

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"Para o mês de novembro, a gente espera crescimento em relação a outubro, mas dezembro normalmente é um mês de desaceleração mesmo, então este trimestre novamente deve frustrar as expectativas, não deve vir da forma que a gente esperava", acrescentou.

Quanto à balança comercial, as exportações do setor em outubro avançaram 28,8% ano a ano, para 1,42 bilhão de dólares, informou a entidade. As importações, por outro lado, caíram 6%, para 2,06 bilhões de dólares.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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