Gol contrata consultoria para revisão de estrutura de capital

SÃO PAULO (Reuters) -A companhia aérea Gol anunciou na noite de sexta-feira que contratou a Seabury Capital para ajudar a empresa em uma "ampla revisão" de sua estrutura de capital, segundo comunicado ao mercado.

A Seabury, segundo a Gol, é uma das "principais consultorias globais do setor de aviação", e vai apoiar a empresa também em gestão de passivos, transações financeiras e outras medidas para "melhorar a liquidez".

A companhia também tem interesse nos trabalhos da Seabury para auxiliá-la em ajuste de frota no "curto a médio prazo...assim como outras obrigações financeiras".

"A Seabury, trabalhando em conjunto com a Skyworks, prosseguirá com as negociações em andamento com seus arrendadores de aeronaves com o objetivo de alcançar uma reestruturação consensual abrangente das obrigações de frota da Gol", afirmou a companhia aérea sem dar detalhes.

"Parece agora que a entrada da Gol na holding Abra não foi suficiente para estabilizar a situação financeira da companhia", afirmaram analistas do Citi, avaliando que o anúncio da empresa sobre contratação da Seabury sugere que a companhia aérea ainda enfrenta desafios financeiros significativos.

Em relatório enviado pelo banco a clientes nesta segunda-feira, Stephen Trent e equipe ainda destacaram que anúncio também parece aprofundar o que já parece ser uma trajetória de difícil compreensão para os acionistas minoritários da Gol.

Na semana passada, o Citi cortou a recomendação das ações da Gol para "venda/alto risco" bem como reduziu o preço-alvo do ADR de 3,30 para 3 dólares, avaliando que a parte operacional da empresa está boa, diferentemente da estrutura de capital da empresa.

Os analistas do Citi afirmaram que as últimas demonstrações financeiras da Gol mostram dívida líquida pós-conversão acima do esperado, com menos recursos em caixa após o exercício de todas as garantias.

Na sexta-feira, as ações preferenciais da Gol fecharam a 9,14 reais, acumulando em 2023 uma elevação de 24,5%. Em Nova York, os ADRs (recibos das ações ~negociados nos Estados Unidos) encerraram a 3,69 dólares, com avanço de 38,6% no ano.

Continua após a publicidade

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Paula Arend Laier)

Deixe seu comentário

Só para assinantes