Petróleo recua para mínima de quase 5 meses por dúvidas sobre Opep+ e preocupação com demanda

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram para uma mínima de quase cinco meses nesta terça-feira devido a um dólar norte-americano mais forte e preocupações com a demanda, colocando o mercado em baixa pelo quarto dia consecutivo diante de dúvidas sobre os cortes voluntários de oferta anunciados pela Opep+ na semana passada.

"O acordo da Opep+ fez pouco para apoiar os preços e, dado os (quatro) dias de quedas que o seguiram, os traders estão claramente muito pouco impressionados", disse Craig Erlam, analista de mercado na empresa de dados e análise Oanda.

Os futuros do petróleo Brent caíram 1,1%, a 77,20 dólares por barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuou 1,0%, a 72,32 dólares.

Esse foi o fechamento mais baixo para ambos os contratos desde 6 de julho. Para o WTI, foi a primeira vez que os preços caíram por quatro dias consecutivos desde maio.

As quedas nos preços ocorreram apesar dos comentários do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, de que a Opep+ está pronta para aprofundar os cortes na produção de petróleo no primeiro trimestre de 2024 para eliminar "especulação e volatilidade" se os movimentos atuais para reduzir a produção não forem suficientes.

A Opep+ engloba a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, como a Rússia.

"O elemento voluntário do acordo deixou os mercados questionando se a redução na oferta realmente entraria em vigor", disse Fiona Cincotta, analista de mercados financeiros na StoneX.

PREOCUPAÇÕES COM A DEMANDA

Na China, o maior importador de petróleo do mundo, os principais bancos estatais estavam ocupados comprando o iuan para evitar que a moeda enfraquecesse muito, depois que a agência de classificação Moody's rebaixou a perspectiva da China para negativa.

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Em outro front, países na conferência climática COP28 estão considerando pedir uma eliminação formal dos combustíveis fósseis como parte do acordo final da cúpula das Nações Unidas para combater o aquecimento global.

O dólar norte-americano subiu para uma máxima de duas semanas em relação a uma cesta de moedas depois que novos dados de emprego mostraram que as vagas de emprego nos Estados Unidos caíram em outubro para uma mínima desde o início de 2021.

Um dólar norte-americano mais forte pode reduzir a procura de petróleo, tornando o combustível mais caro para os compradores que utilizam outras moedas.

(Reportagem de Scott DiSavino, Stephanie Kelly, Natalie Grover, Emily Chow e Colleen Howe)

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