CSN acelera investimentos e espera vender mais aço em 2024

Por Alberto Alerigi

SÃO PAULO (Reuters) - A CSN espera elevar as vendas de aço em pelo menos 10% no próximo ano, apoiada em melhorias operacionais que devem retirar gargalos de produção e redução no fluxo de importações da liga no Brasil, afirmaram executivos da companhia em apresentação nesta quinta-feira.

A empresa divulgou mais cedo projeção de investimento na siderurgia de 7,9 bilhões de reais entre 2023 e 2028, relativos à "modernização do parque industrial". Os trabalhos poderão gerar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) incremental de até 2,8 bilhões de reais em 2028.

"Estamos construindo uma nova Usina Presidente Vargas dentro da Usina de Presidente Vargas", disse o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, se referindo ao complexo de produção de aço que a empresa mantém em Volta Redonda (RJ).

"A capacidade hoje de 3,8 milhões de toneladas vai voltar à capacidade original de 5 milhões de toneladas", disse o executivo durante apresentação a analistas do setor.

A CSN enfrentou problemas operacionais em 2023 que limitaram sua capacidade de produção de aço na usina, performance que o diretor comercial, Luis Fernando Martinez, classificou como "sofrível".

Segundo Martinez, a CSN poderá "recuperar bem" suas margens de lucro em 2024, trabalhando para "compensar em 2024 o que não fizemos neste".

Questionado sobre potenciais reajustes de preços de aço no Brasil, o executivo afirmou que a empresa ainda não fez anúncios para janeiro e que vai acompanhar a evolução do mercado até o início do próximo ano para tomar uma decisão.

Quanto a planos de expansão no mercado dos Estados Unidos, Martinez afirmou que a empresa está avaliando a instalação de dois centros de serviços no país, como forma de se expandir mais rapidamente na região sem necessidade de grandes investimentos. A empresa aproveitaria nos centros de serviço aço que já exporta do Brasil para os EUA.

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Uma usina mini-mill, bem mais cara que um centro de serviços, está nos planos, mas não neste momento em que o grupo busca redução de sua alavancagem, disse o diretor financeiro, Marcelo Ribeiro.

MÚLTIPLOS IPOS

No longo prazo, Steinbruch voltou a citar o antigo plano de listagem de ações dos principais negócios da CSN: siderurgia, cimento, logística, energia e mineração. O executivo, porém, não citou prazos.

A área de cimentos, hoje a segunda maior fabricante do insumo no país, atrás da Votorantim, seria uma das primeiras. A divisão projeta investimento de 5 bilhões de reais em crescimento orgânico nos próximos anos, adicionando uma capacidade total anual de 8 milhões de toneladas ao nível atual de 17 milhões de toneladas.

"A CSN acumula muito bons ativos e a ideia é irmos fazendo 'spin offs' de cada um desses ativos a partir do momento em que atingem tamanho para isso", disse Steinbruch.

Segundo o executivo, a estratégia é manter a holding listada junto com os negócios operados de forma independente "dando a opção aos investidores que querem ficar só em cimento, ou energia ou aço".

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"Quem quer ficar mais próximo do controle ficaria na holding", acrescentou.

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