OCDE vê perspectivas de crescimento de longo prazo caindo quase pela metade nas principais economias

Por Leigh Thomas

PARIS (Reuters) - O crescimento deverá cair quase pela metade nas economias desenvolvidas e nas grandes economias de mercados emergentes nas próximas décadas, exigindo impostos mais altos para evitar que a dívida dispare, segundo previsão da OCDE desta quinta-feira, em uma atualização de suas projeções econômicas de longo prazo.

Embora a aceleração da mudança para uma energia mais limpa possa pesar ainda mais sobre a atividade, esquemas eficazes de precificação do carbono podem gerar receitas inesperadas para alguns governos, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A tendência de crescimento nos 38 membros da OCDE e nos países do G20 deve desacelerar gradualmente ante os níveis pré-Covid de 3% para 1,7% até 2060, à medida que a força de trabalho de muitos países diminui devido ao envelhecimento e o crescimento da eficiência da mão de obra desacelera nos países de mercados emergentes.

Enquanto a taxa de crescimento tendencial dos membros da OCDE deva desacelerar de 1,8% para 1,3% até 2060, as economias de mercado emergentes do G20 deverão registrar uma desaceleração maior, de 4,5% para 2% até 2060.

Embora se espere que a Índia ultrapasse a China como maior contribuinte para o crescimento global até o final da década de 2030, a economia chinesa foi projetada como a maior economia individual durante todo o período da previsão.

À medida que o crescimento desacelera, também aumenta a pressão sobre as finanças do governo, o que, no caso dos países da OCDE, significaria que os impostos precisariam ser aumentados, em média, em mais de seis pontos percentuais até 2060 para manter a dívida nos níveis atuais.

Os governos que não quiserem ou não puderem aumentar os impostos terão que encontrar outras maneiras de aliviar o aperto, como reformar os sistemas de saúde e de aposentadoria.

Em um cenário em que os países aceleram a transição energética para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5 grau Celsius, o crescimento global seria 0,2 ponto percentual menor do que o esperado entre 2025 e 2030.

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Essa redução aumentaria para quase 0,6 ponto percentual em 2045-50, com um choque menor nos países da OCDE do que nas grandes economias de mercados emergentes mais dependentes de combustíveis fósseis.

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