Proposta do Brasil para facilitar acesso a recursos contra mudanças climáticas é bem-vista pelo G20, diz secretária

BRASÍLIA (Reuters) - O primeiro encontro da trilha financeira do G20 terminou nesta sexta-feira com o acolhimento da proposta brasileira de facilitar o acesso aos fundos internacionais que financiam medidas contra as mudanças climáticas, uma das questões centrais da presidência do país no bloco.

A intenção, disse a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, é permitir que os países que mais precisam tenham acesso aos fundos.

“Houve acolhida maciça de membros do G20 à proposta brasileira de tratar de ampliar acesso, fazer com que haja menos burocracias e também ampliar os recursos” disse a embaixadora, que coordena a parte brasileira da trilha financeira.

“Esses fundos muitas vezes contam com empoçamento de recursos, na atualidade cerca de 10 bilhões de dólares, que não chegam aos usuários, são de muito difícil acesso e são fundos importantes.”

Os quatro fundos citados por Rosito são o Global Environment Facility (GEF), o Green Climate Fund (GCF), o Fundo de Adaptação(Adaptation Fund) e o Climate Investment Funds (CIFs). Todos os fundos têm recursos de doadores privados e de governos para medidas de mitigação, recuperação e adaptação em países em desenvolvimento, para combater os efeitos das mudanças climáticas.

A proposta brasileira é de revisar a arquitetura desses fundos ao longo do próximo ano, para que se chegue a medidas que permitam aos países ter acesso mais simplificado aos recursos. Segundo Rosito, os 20 países do bloco concordaram que é necessária uma revisão.

A proposta brasileira é parte dos objetivos do país durante o ano que em ficará a frente do G20. Ao assumir o posto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou como prioridade ações para redução da pobreza e da fome, combate às mudanças climáticas e reforma das instituições de governança global, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e as Nações Unidas.

Há ainda uma preocupação em ter resultados concretos até novembro do ano que vem, quando a cúpula dos chefes de estado acontece no Rio de Janeiro.

(Reportagem de Marcela Ayres; texto de Lisandra Paraguassu; Edição de Fabrício de Castro)

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