Ibovespa fecha acima de 132 mil pontos pela 1ª vez

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta firme nesta quinta-feira, renovando máxima histórica de fechamento, diante da alta das ações de Vale, em função da alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, e de um pregão positivo em Wall Street.

Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,05%, a 132.182,01 pontos, fechando pela primeira vez acima dos 132 mil pontos. Na máxima do dia, o índice foi a 132.276,93 pontos, e, na mínima, a 130.822,35 pontos.

O volume financeiro da sessão somou 19,7 bilhões de reais, bem abaixo da média diária de 27,2 bilhões neste mês até a véspera.

"Vemos o mercado bem orientado pela dinâmica dos juros no exterior e por preferência dos investidores às (empresas de commodities) metálicas", disse o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos. Ele destacou a possibilidade de novos estímulos na China, que poderiam beneficiar os preços do minério de ferro.

Em Wall Street, os principais índices acionários subiram entre 0,9% e 1,3% nesta quinta-feira, retomando os ganhos após sessão anterior negativa. Dados de atividade econômica e do mercado de trabalho norte-americano divulgados nesta manhã endossaram expectativas de agentes financeiros de que o Federal Reserve cortará os juros no primeiro semestre do ano que vem.

O Ibovespa vem renovando máximas históricas intradiárias e de fechamento neste mês, em especial pela perspectiva de corte de juros em 2024 nos Estados Unidos, o que tem atraído capital externo para a bolsa.

"Após o vencimento das opções de futuro de Ibovespa e de ações (na semana passada), o que estamos observando é que o volume da bolsa diminuiu, mas o gringo continua comprando", disse Anand Kishore, gestor de renda variável da Daycoval Asset.

Dados da B3 mostram entrada líquida de 13,4 bilhões de reais em recursos estrangeiros na bolsa em dezembro até o dia 19, após aporte de mais de 21 bilhões de reais no mês passado.

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Na cena doméstica, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse a jornalistas nesta quinta-feira que a sinalização feita pela autarquia de novos cortes de 0,50 ponto percentual na Selic nas "próximas reuniões" abrange os dois encontros à frente, em janeiro e março, enquanto também afirmou que os juros futuros mais longos caíram bastante.

Esta última declaração chegou a dar força para as taxas longas entre o fim da manhã e o início da tarde, mas o movimento se dissipou posteriormente e não teve influência relevante no Ibovespa.

Investidores também monitoravam as sessões do Congresso em Brasília para votação de pautas relacionadas ao Orçamento de 2024.

DESTAQUES

- VALE ON subiu 3,33%, a 76,97 reais, diante da alta de mais de 2% do contrato de referência do minério de ferro para janeiro em Cingapura, para 133,91 dólares a tonelada. A commodity teve suporte de estoques apertados e expectativas de demanda chinesa robusta, apesar de um panorama incerto. Siderúrgicas também avançaram, com USIMINAS PNA ganhando 3,75%.

- KLABIN UNIT avançou 2,26%, a 21,75 reais, após anunciar, na noite da véspera, a compra de 150 mil hectares de terras e florestas, localizadas principalmente no Paraná, do grupo chileno Arauco, por 1,16 bilhão de dólares. Com isso, a produtora brasileira de papel e celulose pretende acelerar projeto de reduzir sua dependência de madeira de terceiros como forma de cortar custos. A empresa ainda revisou projeções de investimentos.

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- BRASKEM PNA saltou 7,07%, a 21,05 reais, em sessão volátil, mesmo após a Polícia Federal deflagrar nesta quinta-feira operação sobre a exploração de sal-gema em Maceió, cumprindo mandados de busca e apreensão contra alguns funcionários e ex-funcionários da petroquímica. Com o movimento da sessão, a Braskem acumula alta de 20,9% na semana, caminhando para sua melhor semana desde outubro do ano passado, em meio a rumores sobre o processo de venda em andamento pela Novonor.

- CASAS BAHIA ON caiu 5,12%, a 10,38 reais, na quinta queda em seis sessões.

- GOL PN subiu 5,35%, a 9,06 reais, enquanto AZUL PN ganhou 3,6%, a 16,41 reais, em dia positivo para companhias aéreas, com queda do preço do petróleo no exterior e do dólar ante o real.

- PETROBRAS PN teve variação negativa de 0,03%, a 36,39 reais. De pano de fundo, o petróleo Brent teve queda de 0,39%, a 79,39 dólares o barril, após decisão da Angola de deixar a Opep.

- ITAÚ UNIBANCO PN teve valorização de 0,68%, a 32,79 reais, enquanto BRADESCO PN teve oscilação positiva 0,06%, a 17,27 reais.

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