Ibovespa recua puxado por Vale; mercado aguarda dados de inflação nos EUA e Brasil

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía nesta quarta-feira, pressionado pelo recuo dos papéis da Vale, enquanto as bolsas em Wall Street operavam no azul, um dia antes da divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil.

As ações ordinárias da Vale eram o principal peso negativo sobre o índice, na esteira da queda do minério de ferro na Ásia, enquanto Eletrobras estava entre as principais contribuições na ponta oposta.

Às 11:40, o Ibovespa caía 0,38 %, a 130.943,07 pontos. O volume financeiro somava 4,1 bilhões de reais.

Investidores aguardam a divulgação do esperado relatório de inflação ao consumidor nos EUA, previsto para quinta-feira, que deve calibrar as apostas sobre a condução da política monetária pelo Federal Reserve.

Na sexta-feira, ainda há o anúncio dos dados de inflação ao produtor de dezembro nos EUA, além do início da temporada norte-americana de balanços corporativos.

"Esses eventos geraram desde segunda-feira volatilidade no mercado acionário global", afirmou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Brasil, acrescentando que uma eventual alta no índice da bolsa paulista ao longo do pregão sinalizaria "recuperação técnica", após recuo de 0,74% na véspera.

No Brasil, permanecem no radar as discussões sobre a medida provisória que reonera a folha de pagamento para alguns setores da economia, assim como a divulgação do IPCA de dezembro e de 2023, na quinta-feira.

DESTAQUES

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- VALE ON caía 1,65%, a 72,12 reais, principal contribuição negativa para o Ibovespa, com os contratos futuros do minério de ferro em sua quinta sessão consecutiva de queda. O índice de referência de Cingapura atingiu seu nível mais baixo em quase três semanas, já que as perspectivas de demanda foram obscurecidas por um mercado de aço mais fraco e pela falta de novos estímulos na China, principal consumidor. GERDAU ON caía 2,94%, a 21,49 reais.

- PETROBRAS PN recuava 0,47%, a 37,92 reais e PETROBRAS ON perdia 0,43%, a 39,25 reais, mais uma vez sem conseguir acompanhar os ganhos do petróleo no mercado internacional. A Petrobras comunicou à Vibra que não pretende renovar nos termos atuais o acordo de licenciamento de marcas com a empresa ao final do contrato em junho de 2029, informou a antiga BR Distribuidora em fato relevante nesta segunda-feira. No setor, PRIO ON perdia 2,48%, a 45,13 reais.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,30%, a 33,42 reais, enquanto BRADESCO PN caía 0,43%, a 16,23 reais, após ter recomendação para ação rebaixada para "venda" na véspera pelo Goldman Sachs. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL ON recuava 0,13%, a 54,45 reais.

- ELETROBRAS ON subia 0,72%, a 41,98 reais, entre as principais contribuições positivas para o Ibovespa, enquanto CEMIG PN ganhava 0,75%, a 12,09 reais, ENGIE BRASIL ON avançava 0,18%, a 44,49 reais e CPFL ENERGIA ON valorizava-se 0,70%, a 38,77 reais.

- AZUL PN ganhava 2,56%, a 15,20 reais. A companhia aérea anunciou que a demanda por seus voos em dezembro cresceu 5,7% sobre o mesmo mês de 2022, enquanto a oferta subiu 2,9%, segundo comunicado ao mercado nesta quarta-feira. O presidente da Azul ainda afirmou que a empresa teve "recorde histórico" no quarto trimestre no indicador conhecido como "Rask", que mede a receita operacional da companhia por assento e quilômetro oferecidos.

- LOCALIZA ON subia 0,69%, a 62,64 reais. A associação de montadoras, Anfavea, informou que a média diária de vendas de veículos em dezembro (de 12,4 mil unidades) é o melhor resultado mensal em quatro anos, puxado pelas locadoras, que emplacaram 75 mil veículos, 30 mil a mais que a média do ano, e pelas promoções dos eletrificados antes da volta do Imposto de Importação.

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