Brasil intercepta voo ilegal sobre terra indígena invadida por garimpeiros

BRASÍLIA (Reuters) - A Força Aérea Brasileira disse nesta terça-feira que disparou tiros de advertência contra um avião e o forçou a pousar por violações à zona de restrição aérea sobre a Terra Indígena Yanomami, para onde garimpeiros ilegais estão retornando, apesar dos esforços do governo federal para mantê-los afastados.

Vídeo divulgado pela FAB mostra que foram disparadas duas rajadas do que a Força Aérea disse serem "Tiros de Aviso (TAV)" durante a ação na segunda-feira para alertar o piloto do avião não registrado -- um monomotor Cessna 182 -- a mudar de trajetória e pousar.

Pouco depois de pousar em uma pista de terra, o piloto escapou para a floresta, fugindo da Polícia Federal que havia chegado para confiscar o avião, afirmou um comunicado da FAB.

Não ficou claro se o avião estava envolvido em garimpo ilegal de ouro, que foi retomado na vasta reserva, apesar de uma operação do governo ano passado para retirar 20.000 garimpeiros ilegais.

A Força Aérea foi criticada por não garantir uma zona de restrição aérea determinada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 30 de janeiro do ano passado.

À medida em que os militares diminuíram seu apoio à operação do governo, os garimpeiros em busca de ouro retornaram, aprofundando uma crise humanitária que está matando os yanomamis de gripe, malária, desnutrição e violência na floresta amazônica.

Autoridades ambientais disseram à Reuters em dezembro que aviões não registrados estavam transportando garimpeiros de volta para a reserva devido à ineficácia da proibição dos voos.

(Reportagem de Anthony Boadle)

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