Wall Street cai após dados fortes dos EUA abalarem apostas de corte nos juros

Por Carolina Mandl e Amruta Khandekar e Ankika Biswas

(Reuters) - As ações dos Estados Unidos caíam nesta sexta-feira, com o índice de tecnologia Nasdaq apresentando a maior queda, depois que um relatório sobre preços ao produtor norte-americano mais fortes do que o esperado erodiu esperanças de cortes iminentes na taxa de juros pelo Federal Reserve.

Um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que os preços ao produtor aumentaram mais do que o esperado em janeiro, alimentando temores de que a inflação esteja ganhando força após meses de arrefecimento. Após cinco semanas consecutivas de ganhos, os três índices registraram um declínio semanal.

Os dados podem levar o Fed a esperar antes de cortar a taxa básica. Nesta semana, um relatório forte sobre os preços ao consumidor norte-americano pressionou os mercados acionários, embora uma queda nas vendas no varejo de janeiro, na quinta-feira, tenha alimentado as esperanças de cortes nos juros.

"Os dados de inflação desta semana definitivamente manterão o Fed em pausa pelo menos até o verão (no hemisfério norte)", disse Carol Schleif, diretora de investimentos do escritório familiar BMO. "Os dados são irregulares, não são uma linha reta."

Duas autoridades do Fed expressaram cautela. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que precisa de mais evidências de que as pressões inflacionárias estão diminuindo, mas que está aberto a reduzir os juros em algum momento nos próximos meses. A presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse que "há mais trabalho a ser feito" para garantir preços estáveis, apesar do progresso notável.

O Dow Jones caiu 0,39%, para 38.623,64 pontos. O S&P 500 perdeu 0,49%, para 5.005,15 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,83%, para 15.775,65 pontos.

A maioria das ações de megacapitalização recuou, com a Meta em queda de 2,2% pressionando o índice de serviços de comunicação do S&P 500 para uma baixa de 1,56%.

O S&P 500 fechou acima de 5.000 pela quarta vez este ano, graças aos sólidos balanços corporativos e ao crescente entusiasmo em torno da inteligência artificial.

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