Chefe de associação de companhias aéreas mostra apoio a presidente da Boeing

Por Lisa Barrington e Joe Brock

CINGAPURA (Reuters) - O presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, é a pessoa certa para liderar a empresa após a crise disparada depois que um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 se despreendeu da aeronave em pleno voo no mês passado, disse o chefe da associação de companhias aéreas, Iata, nesta segunda-feira.

A Boeing vem sendo criticada por órgãos reguladores, parlamentares e alguns executivos de companhias aéreas depois que o incidente de 5 de janeiro com um voo da Alaska Air gerou preocupações mais amplas sobre a produção das aeronaves da Boeing.

O diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Willie Walsh, disse que, embora algumas pessoas do setor tenham ficado furiosas após o episódio, Calhoun e sua equipe de liderança fizeram bem em assumirem a responsabilidade e se comprometerem a encontrarem soluções.

"A Boeing está tomando as medidas certas. Acho que eles responderam muito, muito melhor a isso do que a outros eventos", disse Walsh à Reuters, durante evento do setor em Cingapura.

"Ouvi as pessoas dizerem que é preciso uma mudança na liderança. Eu discordo... Estou confiante de que ele (Calhoun) resolverá o problema."

Walsh disse que não espera que os problemas da Boeing façam com que as companhias aéreas encomendem menos aviões da fabricante ou que os passageiros evitem reservar passagens com companhias aéreas que usam o avião 737 MAX 9.

O representante da Iata falou um dia antes do início da feira de avião de Cingapura, o maior evento de aviação da Ásia, onde especula-se em torno da primeira viagem fora do território chinês do jato C919, da Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC).

O C919, que só é certificado na China, onde há quatro aviões do modelo em operação, fez um sobrevoo em Cingapura no domingo.

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Walsh disse que espera que o C919 seja usado principalmente no mercado doméstico chinês e que pode levar "décadas" até que a China consiga produzir um jato capaz de competir com a Boeing e a Airbus no cenário internacional.

"É impressionante e será interessante ver isso, mas acho que levará algum tempo até que eles possam ser vistos como concorrentes confiáveis", disse ele.

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