Comissão do Senado aprova projeto que cria Dia da Amizade Brasil-Israel

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que institui o Dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel, em meio à politização das opiniões sobre o conflito na Faixa de Gaza e na esteira de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que levaram a uma crise diplomática com o país do Oriente Médio.

Apresentado em 2013 pela Presidência da República, quando Dilma Rousseff era presidente, e relatado pelo senador de oposição ao atual governo Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto aprovado nesta terça pela comissão ainda precisa ser analisado pelo plenário do Senado.

Já aprovada pela Câmara, em 2019, a proposta tem a intenção de "formalizar a sólida relação bilateral com o Estado de Israel e fomentar os vínculos cultural, social e econômico existentes entre os dois países", segundo o relator.

"O Brasil mantém uma sólida e importante relação bilateral com Israel, tendo sido um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com o nascente Estado, em fevereiro de 1949", afirma Viana no parecer aprovado.

"Atualmente, a existência de uma comunidade de mais de 10 mil brasileiros em Israel e de cerca de 100 mil judeus no Brasil leva à existência de fortes vínculos culturais e sociais entre essas nações amigas."

Nesta terça, em trecho de entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, divulgado pelo portal de notícias UOL -- a íntegra será transmitida à noite -- Lula reafirma suas críticas à guerra no enclave sitiado, argumentando que não se trata de um conflito entre soldados, mas de ações de um Exército contra mulheres e crianças. O presidente também disse que repetiria a comparação que fez anteriormente da morte de palestinos em Gaza com o assassinato em massa de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

Em viagem à Etiópia neste mês, Lula afirmou que não havia na história episódio como o confronto atual em Gaza, exceto "quando o Hitler resolveu matar os judeus", analogia que gerou fortes reações do governo israelense e levou a uma crise diplomática entre os dois países.

Por outro lado, no domingo, ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo teve declarações de apoio a Israel e muitas bandeiras do país entre os manifestantes.

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O conflito atual em Gaza teve início quando combatentes do grupo militante palestino Hamas invadiram cidades israelenses em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 253 reféns, de acordo com registros israelenses. Desde então, a campanha militar israelense em Gaza já matou quase 30.000 palestinos, segundo autoridades de saúde do enclave governado pelo Hamas.

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