Dólar tem pouca alteração com expectativa por Powell e dados de emprego dos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha pouca alteração frente ao real na manhã desta segunda-feira, em semana de foco renovado no Federal Reserve em meio a expectativa por falas de seu chair, Jerome Powell, e por um importante relatório de emprego dos Estados Unidos.

Às 9:36 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a 4,9530 reais na venda.

Na B3, às 9:36 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,07%, a 4,9635 reais.

O movimento do câmbio no mercado doméstico estava em linha com a estabilidade do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes no exterior. Segundo agentes financeiros, as oscilações tímidas das moedas refletem um "modo de espera" nos mercados antes de eventos e dados econômicos desta semana.

O chair do Fed, Jerome Powell, por exemplo, dará depoimento a parlamentares na quarta e na quinta, fala que virá após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros. No mês passado, dados dos índices de preços ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos surpreenderam para cima, embora a inflação medida pelo PCE --indicador preferido do Fed-- tenha ficado dentro do esperado.

"Nos EUA, embora o relatório de inflação PCE de janeiro não tenha impressionado muito as expectativas, a tendência de alta nos preços não parece estar se dissipando. Juntamente com a ausência de quaisquer sinais sérios de desaceleração no mercado de trabalho dos Estados Unidos, isso parece excluir a possibilidade de cortes na taxa de juros do Federal Reserve nos próximos meses", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank.

Segundo ele, essa visão será testada na sexta-feira, quando for divulgado o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola dos EUA de fevereiro. A expectativa é de abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro.

"Em nossa opinião, a informação mais crítica será o aumento salarial médio mensal. Esse número tem sido consideravelmente mais forte do que o esperado. Acreditamos que a capacidade do Fed de cortar as taxas será limitada, até que vejamos uma moderação significativa nesse sentido", disse Moutinho

Continua após a publicidade

Quanto mais tempo o Fed demora para aliviar sua política monetária restritiva, mais o dólar tende a levar vantagem na rentabilidade frente a seus pares emergentes, que, embora ofereçam retornos maiores do que a divisa norte-americana, são bem mais arriscados.

Na pauta nacional, investidores devem monitorar falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), às 10h. No entanto, vários operadores têm frisado que os assuntos locais devem ficar em segundo plano diante do peso que o exterior tem tido nas negociações cambiais.

Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9545 reais na venda, em queda de 0,35%.

Deixe seu comentário

Só para assinantes