Taxas dos principais DIs têm pouca alteração após fala de Campos Neto e de olho nos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos principais contratos futuros de juros fecharam perto da estabilidade nesta segunda-feira, apesar da alta dos rendimentos norte-americanos, com comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acalmando o mercado em sessão marcada por expectativa por dados e eventos econômicos dos Estados Unidos.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,935%, ante 9,943% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,74%, repetindo a taxa do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,94%, ante 9,935%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,19%, como no anterior. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,6%, ante 10,62%.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que a inflação de serviços no país é um ponto de atenção, com salários começando a "pressionar um pouco" os preços.

Por outro lado, em relação ao quadro fiscal do Brasil, o presidente do BC disse que a projeção do mercado para este ano é ruim, ressaltando acreditar que o governo tem condições de entregar um resultado que surpreenda para melhor, o que, segundo alguns participantes do mercado, pode ter ajudado a aliviar a curva de juros doméstica.

"A gente com uma perspectiva de que o governo apresente números fiscais melhores do que esperado traz todo o aporte que o presidente do Banco Central precisa para de fato baixar os juros por aqui", disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. "Então, por isso que, diante dessa fala, a gente viu os nossos juros aqui sendo um pouco mais comportados quando a gente compara com os Treasuries."

O rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 4,30 pontos-base, a 4,2248%, por volta de 16h (de Brasília).

Operadores citaram "compasso de espera" generalizado no mercado global nesta sessão, com investidores cautelosos evitando grandes apostas para qualquer direção, uma vez que a agenda da semana está carregada.

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Entre os destaques, o chair do Fed, Jerome Powell, dará depoimento a parlamentares dos EUA na quarta e na quinta, fala que virá após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros.

Enquanto isso, na sexta-feira será divulgado o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola dos EUA de fevereiro. A expectativa é de abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro.

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