Powell diz que Fed "não está muito longe" da confiança necessária para cortar juros
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta quinta-feira que o banco central dos Estados Unidos "não está longe" de ganhar a confiança necessária na queda da inflação para começar a reduzir a taxa de juros.
"Acho que estamos no ponto certo", disse Powell ao comitê bancário do Senado norte-americano. "Estamos esperando para nos tornarmos mais confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável a 2%. Quando tivermos essa confiança -- e não estamos longe disso -- será apropriado começar a reduzir o nível de restrição para que não levemos a economia à recessão."
Powell disse também na audiência que o banco central está "bem ciente" dos riscos que sua política monetária rígida representa para os trabalhadores, mas disse que os cortes de juros ainda dependem da evolução da economia como o Fed espera, com continuidade da inflação mais baixa.
Powell foi pressionado pelo presidente do painel, Sherrod Brown, democrata de Ohio, sobre o motivo pelo qual o Fed não foi mais rápido em reduzir os juros "para evitar que os trabalhadores percam seus empregos".
"Estamos bem cientes desse risco, é claro, e bastante conscientes de que devemos evitá-lo", disse Powell. "Se o que esperamos e o que estamos vendo - crescimento forte e contínuo, mercado de trabalho forte... progresso na redução da inflação - se a economia evoluir nesse caminho, então acreditamos que o processo de remoção cuidadosa da política restritiva... pode e vai começar ao longo deste ano".
A presença de Powell no Senado ocorre após uma audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quarta-feira. Em ambas as sessões, ele disse que, embora a redução da inflação "não esteja garantida", o cenário básico do Fed é que as pressões dos preços continuarão a diminuir e que o crescimento econômico continuará.
Atualmente, os investidores esperam um corte inicial nos juros em junho.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.