Taxas dos DIs têm leve alta após Powell e com expectativa por dados de emprego dos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos principais contratos de DI subiram ligeiramente nesta quinta-feira, em linha com leve alta nos rendimentos dos Treasuries vista no fim da tarde, em sessão marcada por volatilidade após falas do chefe do Federal Reserve e expectativa por dados dos Estados Unidos.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,88%, ante 9,879% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,7%, ante 9,688% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,9%, ante 9,88%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,165%, de 10,133% no dia anterior. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,34%, ante 10,313%.

Esse movimento estava alinhado à leve alta dos rendimentos dos Treasuries no fim da tarde, em movimento de recuperação depois de mais cedo as taxas terem caído por comentários do chair do Fed, Jerome Powell.

Por volta de 16h (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 1 pontos base, a 4,114%.

Em audiência no Congresso norte-americano mais cedo, Powell disse que o banco central dos Estados Unidos "não está longe" de ganhar a confiança necessária na queda da inflação para começar a reduzir a taxa de juros, mas frisou a necessidade de mais dados econômicos antes de haver qualquer ação.

Participantes do mercado descreveram sua audiência de dois dias perante parlamentares como sem grandes surpresas, o que leva os holofotes para um importante relatório de emprego dos EUA de sexta-feira.

A expectativa é de que tenha havido abertura de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro. Qualquer dado acima do esperado tende a impulsionar as taxas norte-americanas, já que jogaria a favor de um posicionamento mais restritivo por parte do Fed.

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Enquanto isso, no Brasil, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira que as indicações da autoridade monetária de que a taxa terminal do atual ciclo de cortes de juros deve manter a Selic em um nível contracionista têm relação com as expectativas de inflação desancoradas.

Em conferência do Goldman Sachs, em São Paulo, Guillen destacou que as expectativas de inflação de longo prazo estão em 3,5%, acima da meta central de 3%, há 30 semanas, o que é fator de preocupação para o BC.

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