Itaúsa descarta desinvestimentos no curto prazo

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Itaúsa não tem planos de desinvestimentos no curto prazo, afirmou nesta terça-feira o presidente da holding, Alfredo Setubal, não descartando, contudo, mudanças em seu portfólio ao longo dos próximos anos.

"No curto prazo, não tem nada programado", afirmou o executivo em conversa com jornalistas. "Neste momento, estamos felizes", acrescentou, afirmando que a carteira é composta por empresas "muito sólidas".

O executivo ressaltou, entretanto, que o grupo faz uma gestão ativa de seu portfólio e que ele pode ter uma composição um pouco diferente da atual, dependendo da conjuntura, dos preços, do valor da bolsa, entre outros fatores.

Em teleconferência com analistas mais cedo, Setubal afirmou que a Alpargatas tem sido o "patinho feio", mas destacou que a dona da marca Havaianas está em ano de recuperação e a que Itaúsa está otimista com a empresa.

Além da Alpargatas, a holding também tem participações no Itaú Unibanco, CCR, Aegea, Dexco Copa Energia e NTS.

Ao responder uma pergunta sobre interesse na privatização da Sabesp, ele afirmou que a Aegea, maior companhia privada de saneamento no país, está estudando. "Mas não sei com que apetite", ponderou.

RISCO BRASIL

O executivo apontou o déficit fiscal do país como o grande risco do Brasil.

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Setubal apontou o "esforço grande" que está sendo feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de esse déficit ser o menor possível, mas acrescentou que há dificuldades políticas e econômicas para a execução do objetivo de déficit zero.

Questionado sobre ruídos relacionados à eventual ingerência política em empresas como Petrobras e Vale, o executivo comentou que interferências ou tentativas de influência em estatais ou empresas como a mineradora "não ajudam em nada na tomada de decisão" sobre investimentos.

"É um fator inibidor da atração de investimentos estrangeiros para o Brasil", acrescentou.

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