Hapvida ainda vê espaço para melhorar sinistralidade, após reduções
(Reuters) - A Hapvida ainda vê espaço para melhoria no indicador de sinistralidade, com o início de uma nova jornada de reajustes a partir de maio, forte ritmo de verticalização da companhia e sinergias a serem capturadas, disse o presidente, Jorge Fontoura Pinheiro de Lima, nesta segunda-feira.
"Apesar de a gente estar mostrando uma trajetória bem consistente, conforme a gente planejou lá atrás, de ampliação de margens, principalmente para redução de sinistralidade, a gente ainda vê, sim, muito espaço para melhoria", disse Lima.
A Hapvida registrou uma sinistralidade caixa de 69,3% no quarto trimestre de 2023, recuo ante o percentual de 71,9% dos três meses anteriores e de 72,9% um ano antes. No ano, o percentual caiu a 71,8%, de 73,3% em 2022.
Entre os fatores que devem apoiar essa melhoria, Lima destacou o início de um novo ciclo de reajustes a partir de maio -- menor que em 2023, mas ainda na casa de dois dígitos --, um ritmo forte de verticalização das redes e "sinergias a serem conquistadas".
O executivo também disse que, no primeiro trimestre, o indicador está alinhado ao volume histórico da companhia.
"Com relação à sinistralidade, ela está, (no) primeiro trimestre, bem em linha com o comportamento histórico... Nada que tenha mostrado uma redução em relação a volumes históricos e muito menos um aumento."
Os comentários foram feitos durante teleconferência com analistas, após divulgação de balanço da operadora de planos de saúde na semana passada.
O CEO ainda adiantou que a empresa prepara um novo portfólio de vendas, mais focado em locais onde há unidades com ociosidade na rede própria, que será lançado este ano.
"Deve estar rodando plenamente no final do primeiro semestre, início do segundo semestre", afirmou.
O lucro líquido ajustado da Hapvida mais que dobrou no quarto trimestre na comparação ano a ano, para 330,5 milhões de reais, em meio a reajuste de preços em seus planos de saúde.
Para analistas do Itaú BBA, o resultado de Hapvida foi considerado positivo, diante de um período difícil para as operadoras de saúde no Brasil, com deterioração do capital de giro e rentabilidade sob pressão.
"No entanto, nesse cenário, vemos os resultados da Hapvida se destacando", afirmaram, chamando atenção para o que consideraram uma sólida conversão de fluxo de caixa no trimestre, com redução da dívida líquida e avanço "na direção certa" para entregar um 2024 significativamente melhor em termos de taxa de perda médica (MLR) e margens Ebitda.
As ações da Hapvida encerraram o pregão desta segunda-feira em alta de 6,49%, a 3,94 reais cada, melhor desempenho percentual do Ibovespa, que teve declínio de 0,82%, segundo dados preliminares.
Dentro do plano de investimentos da Hapvida para este ano, o presidente informou que estão previstos quatro novos hospitais, um no Recife, dois em São Paulo -- um deles, uma reativação -- e outro no Rio de Janeiro.
"Os projetos 'greenfield' de SP e RJ são preliminares e se encontram neste momento em fase de prospecção de terrenos, prédios e ativos, com inauguração prevista para 2026."
Os investimentos, segundo o executivo, serão custeados integralmente com a geração de caixa operacional da companhia.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)
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