Ibovespa tem alta discreta com Petrobras volátil e piora em NY

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma alta tímida nesta quinta-feira, distante da máxima da sessão, quando superou 129 mil pontos, minado pela queda da Petrobras após as ações experimentarem forte volatilidade com o noticiário envolvendo o comando da estatal e a distribuição de dividendos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,09%, a 127.427,53 pontos. Na mínima, registrou 127.177,66 pontos. Na máxima do dia, apoiado no alívio dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, chegou a 129.627,13 pontos.

O volume financeiro somou 31,1 bilhões de reais.

Nos EUA, o retorno do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,3074% no final do dia, de 4,355% na véspera, após dados corroborarem apostas de que o Federal Reserve deve promover três cortes na taxa de juros este ano, conforme sinalizado em projeções da autoridade monetária.

A agenda macroeonômica dos EUA mostrou nesta quinta-feira que os anúncios de demissões aumentaram 7% em março, atingindo o maior patamar desde janeiro de 2023, enquanto os pedidos semanais de auxílio-desemprego cresceram mais do que o esperado.

O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, porém, mudou de direção e encerrou em baixa de 1,23%, o que pesou no pregão brasileiro, com Wall Street reagindo a falas de autoridades do Fed adotando uma abordagem cautelosa sobre as perspectivas de cortes na taxa de juros.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta quinta-feira que, na reunião do banco central dos EUA no mês passado, ele previu dois cortes na taxa de juros este ano, mas se a inflação continuar a estagnar, talvez não seja necessário fazer nenhum corte até o fim do ano.

As atenções agora se voltam para dados sobre a criação de vagas nos EUA, que serão divulgados na sexta-feira, conforme agentes financeiros continuam calibrando suas apostas sobre os próximos movimentos do banco central da maior economia do mundo.

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"O mercado está bem atento pra ver se traz um pouco mais de clareza... sobre o possível corte de juros nos Estados Unidos", afirmou o analista da CM Capital, Alex Carvalho.

Ele avaliou que uma redução em junho favorecerá o desempenho dos mercados, principalmente da bolsa brasileira, que está precisando de um "fôlego novo". "Em 2024, (o Ibovespa) está devendo, vem muito lateral" afirmou. Até o momento, o Ibovespa acumula queda de cerca de 5% neste ano.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN recuou 1,41%, a 37,88 reais, em uma sessão volátil, em meio a notícias envolvendo o comando da estatal e a distribuição de dividendos pela companhia, com as PNs oscilando entre uma máxima de 39,48 reais e uma mínima de 37,43 reais. Após uma abertura positiva, os papéis passaram a cair com notícia da CNN Brasil de que a demissão do atual presidente-executivo da companhia, Jean Paul Prates, é iminente, embora uma decisão ainda não tenha sido tomada. A Reuters confirmou com fontes do governo que a demissão de Prates é provável nos próximos dias. Um dos cotados para substituir o CEO seria o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. As ações, porém, retornaram ao território de alta após O Globo noticiar que os ministros da Fazenda, de Minas e Energia e da Casa Civil concordaram sobre pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras que foram retidos pelo conselho de administração em março. No final, porém, as vendas prevaleceram. Após fechamento do mercado, a Petrobras informou em comunicado que não há decisão quanto à distribuição de dividendos extras.

- VALE ON declinou 1,11%, a 60,37 reais, em sessão sem a referência dos mercados na China por feriado naquele país. Na véspera, a mineradora informou que está em discussões avançadas com o Ministério dos Transportes sobre as condições para otimização de planos de investimentos de dois contratos de concessão atualmente executados pela companhia. Em outro comunicado, também disse que a mina Onça Puma no Pará teve licença de operação novamente suspensa.

- B3 ON fechou em alta de 2,22%, a 11,96 reais, após quatro quedas seguidas, com a recuperação endossada por relatório de analistas do Santander elevando a recomendação das ações para "outperform", embora o preço-alvo tenha sido reduzido de 17 para 15 reais. No ano, os papéis ainda contabilizam uma perda de cerca de 16%.

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- MAGAZINE LUIZA ON subiu 4,73%, a 1,77 reais, encerrando uma série de quatro quedas, período em que acumulou declínio de 7,1%. CASAS BAHIA ON, por sua vez, que vinha de cinco altas seguidas, caiu 4,37%, a 6,78 reais.

- AZUL PN encerrou com elevação de 2,79%, a 12,90 reais, também mostrando recuperação após quatro pregões de queda, período em que acumulou um declínio de 11,1%.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,32%, a 32,79 reais, enquanto BRADESCO PN subiu 0,62%, a 14,56 reais.

- CSN ON recuou 1,17%, a 15,16 reais, com analistas do Itaú BBA rebaixando as ações para "underperform" em razão do "valuation" apagado e forte ciclo de investimentos na divisão de mineração nos próximos anos. O preço-alvo passou de 20 para 15 reais. O Itaú BBA também elevou Usiminas para "outperform" e o preço-alvo dos papéis de 9,50 para 12 reais. USIMINAS PNA registrou acréscimo de 0,10%, a 10,18 reais.

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