Campos Neto diz não ter candidato à sua sucessão na presidência do BC

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que não tem nenhum candidato para sua sucessão no comando da autoridade monetária, argumentando que essa escolha é uma prerrogativa do governo.

Em seminário sobre inovação promovido pela organização de executivos Lide, em São Paulo, o presidente do BC ainda classificou como “fake news” informações de que ele estaria avaliando abrir uma fintech nos Estados Unidos após o término de seu mandato no fim deste ano.

"Alguém falou que eu tinha um candidato para me suceder. Também é fake news, eu não tenho nenhum candidato. Eu não deveria opinar sobre nenhum tipo de candidato, isso é prerrogativa do governo, está na lei, e eu vou fazer a transição suave independente do candidato que for escolhido”, disse Campos Neto.

“A gente passa o dia às vezes lendo as matérias e fala: ‘bom, de onde que saiu isso?’”, acrescentou.

Os comentários de Campos Neto surgem em meio a especulações crescentes, no mercado financeiro e em Brasília, sobre quem o substituirá em 2025.

Na noite de quinta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo -- um dos nomes citados como cotados a suceder Campos Neto --, já havia defendido a ideia de que dirigentes da instituição não deveriam se envolver no processo de escolha, que é uma atribuição do presidente da República.

No mercado, a ansiedade em torno do futuro substituto começa a aumentar. A dúvida é se o próximo indicado terá perfil semelhante ao de Campos Neto ou se será alinhado a uma escola mais heterodoxa de economia.

Durante o evento, Campos Neto também afirmou que sua percepção é de que o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil subiu um pouco.

“Minha percepção é que o PIB potencial subiu um pouquinho. Os economistas são muito tímidos, sobem de 1,8% para 1,9%, o que tem o Focus... É difícil fazer uma conta e olhar isso”, ponderou, acrescentando que a intermediação financeira no país contribuiu para este processo, em função do aumento da bancarização e do surgimento de novos modelos de negócios.

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(Por Fabrício de Castro, em São Paulo, com reportagem adicional de Bernardo Caram, em Brasília)

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