Déficit nominal do setor público consolidado do Brasil supera R$1 tri nos 12 meses até março

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) -O déficit nominal do setor público consolidado do Brasil alcançou 1,015 trilhões de reais nos 12 meses até fevereiro, o equivalente a 9,24% do PIB, informou o Banco Central nesta sexta-feira.

Os dados revelam uma forte deterioração fiscal na comparação com o déficit nominal de 5,52% do PIB registrado nos 12 meses até fevereiro de 2023.

O aumento no déficit nominal deveu-se principalmente à expansão dos juros nominais apropriados, que chegaram a 6,80% do PIB nos 12 meses até fevereiro, afetados principalmente pelo crescimento do estoque da dívida e dos custos associados.

O Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 3 pontos percentuais desde que inicou o ciclo de afrouxamento monetário em agosto, mas a Selic segue em um nível elevado no atual patamar de 10,75%.

Somente em fevereiro o setor público consolidado teve déficit nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, de 113,858 bilhões de reais no mês, contra expectativa em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 104,0 bilhões de reais.

No mês, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 48,692 bilhões de reais. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam resultado negativo de 48,048 bilhões de reais.

Em 12 meses o déficit primário chegou a 2,44% do PIB.

O desempenho mostra que o governo central teve déficit primário de 57,821 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de 8,646 bilhões de reais e as estatais tiveram saldo positivo de 483 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central.

Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram 65,2 bilhões de reais em fevereiro, chegando no acumulado em 12 meses a 746,9 bilhões de reais.

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Já a dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou fevereiro em 75,5%, contra 75,1% no mês anterior, enquanto a dívida líquida foi a 60,9%, de 60,1%.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 75,5% para a dívida bruta e de 60,5% para a líquida.

(Por Marcela Ayres em Brasília e Camila Moreira em São PauloEdição de Luana Maria Benedito)

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