Lula minimiza divergências com Congresso e diz que todas as propostas do governo serão aprovadas

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que todas as propostas que o governo apresentar ao Congresso serão aprovadas, ao ressaltar que não há divergência na relação entre os Poderes que não possa ser superada por meio da política.

"Todas as coisas vão ser aprovadas e todas as coisas serão acordadas", disse Lula a jornalistas durante café da manhã no Palácio do Planalto. "Não tem nenhuma divergência que não pode ser superada".

Lula confirmou que teve no domingo uma conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas preferiu não dar detalhes do encontro. "Se eu tivesse uma reunião com Lira e quisesse que imprensa soubesse, eu falaria", destacou.

O governo vem enfrentando dificuldades no Congresso, especialmente na Câmara, onde Lira entrou em guerra aberta com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de "incompetente" e "desafeto pessoal".

Durante lançamento do programa de crédito Acredita, na segunda-feira, Lula chegou a cobrar publicamente seus ministros que se envolvessem mais na articulação política e nas negociações de projetos do governo com o Congresso, uma área que o Planalto vem enfrentando dificuldades recorrentes.

Lula mencionou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e da Casa Civil, Rui Costa.

Na semana passada, depois da crise com Lira ter sido escancarada, Lula reuniu Padilha, Rui Costa e os líderes do governo no Congresso para discutir a articulação. O presidente não tem intenção de tirar Padilha do ministério, mas quer que os demais ministros se unam à articulação.

No encontro com jornalistas nesta terça, Lula reiterou que não está no radar fazer qualquer reforma ministerial no momento e que as divergências que ocorrem na relação com o Congresso são naturais da política.

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O presidente também voltou a reclamar durante a entrevista que tudo no Brasil é tratado como gasto, exceto o superávit primário.

"A única coisa que parece investimento é superávit primário; então eu tenho dito que tem que ser contratado os filólogos do mundo inteiro para definir o que é gasto ou investimento", questionou.

O presidente afirmou que tem duas coisas que fazem o país se desenvolver, investimento em educação e crédito.

Lula também reafirmou o compromisso de aumentar para 5 mil reais a faixa de renda isenta do imposto de renda até o fim do seu mandato.

(Reportagem de Lisandra Paraguasssu)

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