Klabin vê mercado de papel favorável a aumentos de preços

SÃO PAULO (Reuters) - A Klabin vê condições positivas nos mercados de embalagens no Brasil e no exterior nos próximos meses, e também tem perspectiva de implementação de reajustes de preços de celulose em maio, afirmaram executivos da companhia nesta sexta-feira.

Em kraftliner, a companhia está com uma carteira de encomendas equivalente a 8 semanas -- quase o dobro do nível de alguns meses atrás --, afirmou o diretor comercial de papéis da Klabin, José Soares, em conferência com analistas.

"Há sinais de melhoria generalizada de demanda que está dando condições para que possamos pensar em uma segunda rodada de aumentos de preços", disse o executivo, citando que a primeira, no início do ano, foi puxada por custo. "O quadro é bastante favorável", afirmou.

Às 13h39, as units da Klabin exibiam queda de 0,26%, cotadas a 23,21 reais, enquanto o Ibovespa mostrava variação positiva de 1,5%.

A Klabin divulgou na véspera queda de 64% no lucro líquido do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, mas apresentou desempenho operacional dentro do esperado pelo mercado.

"A Klabin reportou bons números no primeiro trimestre, diante da boa performance de todos os segmentos de atuação, que se traduziram em um resultado consolidado mais equilibrado do que nos trimestres anteriores, quando apenas o negócio de celulose havia sido o principal destaque positivo", afirmaram analistas da BB Investimentos em nota a clientes.

A empresa iniciou na segunda-feira operação de sua nova fábrica de papelão ondulado em Piracicaba (SP), com previsão de produzir 70 mil toneladas do material este ano.

Questionado sobre futuros projetos, o presidente-executivo da Klabin, Cristiano Teixeira, afirmou que por ora o foco da empresa está na execução da ativação gradual de novos equipamentos, o chamado "ramp-up", até atingirem a plena capacidade.

"O foco absoluto está no ramp-up da máquina 28 (no Paraná), no efetivo aproveitamento do ramp-up de papelão ondulado (em São Paulo)", afirmou. "Continuamos buscando maior eficiência florestal...O momento, de fato, é de nos concentrarmos na companhia, não há nada proposto e não há previsão de levar nada ao conselho de administração neste momento", acrescentou.

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Em celulose, o diretor da área, Antônio Nicolini, afirmou que compradores na China estão com dificuldades com restrições de oferta por problemas na cadeia logística global.

O quadro destoa de mercados maduros como América do Norte e Europa, onde o executivo afirmou que continuam com performance "bastante acima da expectativa".

"Os números do segundo trimestre são muito bastante positivos, acima do que a Klabin consegue fornecer de eucalipto", afirmou Nicolini.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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