Dólar sobe com busca por proteção antes do Copom e avanço no exterior

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A busca dos investidores por proteção antes da decisão do Copom sobre juros e o avanço do dólar no exterior fizeram a moeda norte-americana à vista fechar a quarta-feira em alta no Brasil, novamente próxima dos 5,10 reais.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0914 reais na venda, em alta de 0,46%. Em maio, porém, a divisa acumula baixa de 1,95%.

Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,29%, a 5,1010 reais na venda.

A expectativa em torno da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevista para o início da noite, permeou os negócios durante todo o dia.

No mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), a maioria dos investidores se posicionou no sentido de que o colegiado cortará a Selic em apenas 25 pontos-base, mas as apostas em 50 pontos-base de corte não eram desprezíveis. Atualmente a Selic está em 10,75% ao ano.

Em meio às dúvidas, parte dos investidores preferiu elevar posições compradas no dólar (no sentido de alta das cotações) antes da decisão do Copom.

“Temos aqui o fator de proteção antes do Copom. Se o Banco Central cortar a Selic em 50 pontos-base, isso acaba por apoiar o dólar, mas se o corte for de 25 pontos-base a pressão de alta ameniza um pouco”, comentou durante a tarde Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. “Muita gente prefere a proteção do dólar para esperar (a decisão).”

Além da expectativa antes do Copom, o dólar ganhava suporte do exterior, onde a moeda norte-americana tinha ganhos firmes ante moedas fortes e em relação à maior parte das divisas de exportadores de commodities e emergentes. Os rendimentos dos Treasuries também subiam.

Continua após a publicidade

“Hoje (quarta-feira) é um dia de dólar forte, com o DXY (dólar index) subindo. Está virando consenso (no mercado) que o euro deve performar pior que o dólar, porque o BCE (Banco Central Europeu) vai cortar juros. Isso também está fazendo os EUA tirarem fluxo dos emergentes”, avaliou Lais Costa, analista da Empiricus Research.

Neste cenário, o dólar à vista variou entre a cotação mínima de 5,0776 reais (+0,19%) às 9h01 -- logo após a abertura -- e a máxima de 5,1092 reais (+0,81%) às 10h19.

No exterior, a divisa norte-americana se mantinha em alta no fim da tarde ante uma cesta de moedas fortes.

Às 17h09, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,12%, a 105,550.

Pela manhã o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.

À tarde o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 1,994 bilhão de dólares em abril, com saídas líquidas de 10,997 bilhões de dólares pela via financeiras e entradas de 12,991 bilhões de dólares pelo canal comercial.

Deixe seu comentário

Só para assinantes