Ibovespa renova mínimas com alta nos rendimentos dos Treasuries; Petrobras sobe

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, revertendo o sinal mais positivo da primeira etapa da sessão, conforme os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos passaram a subir, enquanto Petrobras ainda era um contrapeso positivo relevante.

Às 14h27, o Ibovespa cedia 0,19%, a 124.258,01 pontos, tendo batido 123.985,27 pontos na mínima e 125.392,39 pontos na máxima. O volume financeiro somava 12,1 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, os Treasuries reagiam a dados da economia norte-americana que reforçaram a incerteza em torno do ritmo e do momento do ciclo de flexibilização pelo Federal Reserve, esperado para começar este ano.

O título de dez anos marcava 4,5281% nesta tarde, de 4,473% na véspera e 4,445% na mínima do dia, mais cedo, com uma das divulgações da sessão mostrando uma melhora inesperada na confiança do consumidor norte-americano em maio.

No mercado acionário, o S&P 500 rondava a estabilidade, enquanto o Nasdaq trabalhava no azul e o Dow Jones, no vermelho.

Mais cedo, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, reforçou o tom cauteloso recente de membros da autoridades monetária dos EUA ao afirmar que o BC deve esperar um progresso significativo na inflação antes de cortar os juros.

O declínio no principal índice da bolsa paulista era atenuado pelo desempenho robusto das ações da Petrobras, com as preferenciais avançando 2,7% e as ordinárias valorizando-se 1,73%.

Além da alta do petróleo no mercado externo, também eram analisadas declarações da nova presidente-executiva da Petrobras, Magda Chambriard, que disse na véspera que a política de preços de combustíveis da estatal seguirá "abrasileirada".

A executiva, que tomou posse na sexta-feira passada, lembrou que a Petrobras é uma empresa de economia mista, que será "perfeitamente" capaz de dar retorno a acionistas privados ou à União, que é a controladora.

Continua após a publicidade

Ao ser questionada sobre a remuneração ao acionista, Chambriard disse que trabalhará para isso. "Se tem lucro, vai ter lucro, vamos ter dividendos; queremos ter lucro, queremos ter dividendos", afirmou.

Para analistas do BTG Pactual, em muitos aspectos, ela sugeriu uma estratégia em que a coerência econômica prevalecerá e os investimentos em negócios que vão além do principal motor de valor da empresa (a montante) não sacrificarão a rentabilidade.

"Mas reconhecemos que a percepção de risco está maior do que há alguns meses, e que os investidores devem ficar atentos aos temas relativamente novos levantados por ela", ponderaram Pedro Soares e equipe em relatório a clientes.

Eles afirmaram que continuam "compradores" de Petrobras.

"Mesmo assumindo potenciais fusões e aquisições e sem dividendos extraordinários -- um cenário que parece improvável --, os rendimentos de dividendos de 11% em 2024 e 2025 continuam acomodando os riscos da tese de investimento."

A equipe do banco de investimentos disse estar ansiosa para ver os próximos passos de Chambriard em relação a possíveis mudanças na equipe de gestão.

Continua após a publicidade

"Mas até agora tempos poucas evidências de que seu mandato não seguirá a 'lógica econômica dos negócios da Petrobras' ou que será capaz de minar a evolução da governança corporativa nos anos recentes", acrescentaram.

Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em

Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em

(Por Paula Arend Laier)

Deixe seu comentário

Só para assinantes