Dólar à vista passa a subir ante real com disputa pela Ptax e apesar de queda no exterior

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após abrir em leve baixa, o dólar à vista passou a registrar ganhos no Brasil nesta sexta-feira, espremida entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana, com as cotações refletindo a disputa pela formação da Ptax de fim de mês, o movimento dos mercados globais na véspera e a divulgação do índice de inflação PCE dos Estados Unidos nesta manhã.

Às 10h09 o dólar à vista subia 0,28%, a 5,2250 reais na venda. Na B3, o dólar para julho -- que nesta sexta-feira passa a ser o mais líquido em função da formação da taxa Ptax -- avançava 0,13%, a 5,2110 reais.

Dado bastante observado pelo Federal Reserve para formulação de política monetária, o índice PCE subiu 0,3% em abril, informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, igualando o dado de março.

Na base anual, o indicador avançou 2,7%, mesmo percentual de março. Os resultados tanto para o mês quanto para o ano vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.

Em uma primeira reação aos dados, o dólar passou a cair com mais intensidade ante outras divisas fortes no exterior e ensaiou perdas maiores também ante o real. No entanto, as cotações se reaproximaram da estabilidade passaram a subir no Brasil perto das 10h, em meio à disputa para a formação da Ptax de fim de mês.

Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). O BC faz uma das coletas de dados para formação da Ptax justamente perto das 10h.

Nesta manhã, as cotações no Brasil também se ajustam ao noticiário da véspera, quando o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% de janeiro a março, abaixo da estimativa prévia de 1,6% e notavelmente mais lento do que o ritmo de 3,4% nos últimos três meses de 2023.

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No exterior, o dólar cedia ante as moedas fortes e em relação a maior parte das divisas de países emergentes e exportadores de commodities, na esteira dos dados do PCE.

Às 10h05, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- caía 0,34%, a 104,410.

Na quarta-feira, antes do feriado, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,2103 reais na venda, em forte alta de 1,10%.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.

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