Ibovespa recua puxado por Vale e com fiscal em foco
(Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, ainda refletindo a semana anterior, marcada por incertezas fiscais domésticas, enquanto dados econômicos abaixo do esperado na China levaram à queda do minério de ferro, que pressionava as ações da Vale.
Por volta de 10h47, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação negativa de 0,34%, a 199.252,14 pontos. O volume financeiro somava 2,1 bilhões de reais.
O movimento segue uma tendência descendente para o índice, que registrou na sexta-feira passada sua quarta queda semanal e desvalorização de mais de 10% no ano.
"A confiança do investidor está piorando, e está piorando muito rápido", disse o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.
Nesta segunda-feira, o boletim Focus mostrou elevação pelo mercado nas projeções para inflação e dólar, ao mesmo tempo que passou a ver estabilidade da taxa básica Selic em 10,50% até o fim do ano.
Para o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, as novas perspectivas são preocupantes.
"Há um mês a previsão de Selic para 2024 estava em 10%", destacou. "(Depois) foi para 10,25%... e da semana passada para essa, saiu de 10,25% para 10,50%. Isso é bem preocupante."
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne esta semana para decidir sobre juros e agora a percepção é de que irá pausar o afrouxamento monetário.
"Uma coisa é certa, todo mundo está monitorando o Galípolo", acrescentou Lima, referindo-se ao diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. "Nós teremos uma unanimidade (na decisão do BC)?"
Os agentes financeiros ainda devem seguir atentos ao debate no Congresso sobre as medidas para compensar a desoneração da folha de pagamentos, após devolução parcial da MP do PIS/Cofins, e no aguardo de novas declarações de autoridades sobre corte de gastos.
Em Nova York, os índices abriram sem direção clara, com investidores à espera de novos dados econômicos e declarações de dirigentes do Federal Reserve ao longo da semana que possam dar mais clareza sobre a trajetória da política monetária norte-americana. O S&P 500 tinha leve queda, após bater máximas históricas na semana passada.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN apresentava decréscimo de 0,03%, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado internacional. O barril de Brent, referência para a estatal, avançava 0,65%.
- VALE ON, de grande peso no índice, cedia 0,66%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China. A mineradora disse nesta segunda-feira que houve um incêndio na véspera em uma das correias transportadoras de sua planta de processamento de Salobo 3, no Pará. Segundo a mineradora, o incêndio foi contido sem vítimas e sem impacto material. As causas do incidente estão sendo apuradas.
- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava alta de 1,38% e BRADESCO PN registrava acréscimo de 0,7%, entre os poucos papéis em alta no Ibovespa. No setor, BTG PACTUAL UNIT caía 0,91%.
- ZAMP ON, que não está no Ibovespa, recuava 2,25%, após a operadora de redes de fast food como Burger King e Popeyes no Brasil anunciar na sexta-feira a saída de seu diretor-presidente, Ariel Grunkraut, um dos sete sócios-fundadores que criaram a Zamp em 2011. O executivo permanece no cargo apenas até 28 de junho.
- DASA ON, também fora do índice, perdia 0,24%, ainda com as atenções voltadas para o acordo de combinação de negócios com a Amil, criando a joint venture Ímpar.
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(Reportagem de Patricia Vilas Boas)
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