Suspensão do poço operado por Petrobras na Colômbia ameaça segurança energética, dizem associações

BOGOTÁ (Reuters) - A decisão de um tribunal colombiano que ordenou a suspensão dos trabalhos em um importante poço de gás offshore é uma ameaça à segurança energética do país, disseram na segunda-feira grupos do setor, a Associação Colombiana de Petróleo (ACP) e a Naturgas.

O bloco onde está o poço é de propriedade da Ecopetrol, empresa estatal colombiana de energia, que tem participação majoritária de 55,6%, e da Petrobras, que é a operadora do ativo e detém os 44,4% restantes.

Em uma ordem judicial datada de 11 de setembro, um juiz disse que as atividades no poço Uchuva-2, no bloco Tayrona, no Caribe colombiano, devem parar depois que as empresas não consultaram adequadamente uma comunidade indígena local sobre a operação.

"Não podemos permitir que eles desliguem o país com decisões arbitrárias", disse o presidente da ACP, Frank Pearl, em uma coletiva de imprensa ao lado da presidente da Naturgas, Luz Stella Murgas.

O poço Uchuva-2 é uma esperança importante para as reservas de gás em declínio da Colômbia, que geraram temores sobre a autossuficiência energética de longo prazo do país.

Em maio, uma entidade do governo relatou que as reservas de gás da Colômbia fecharam 2023 em 2,4 trilhões de pés cúbicos, o equivalente a 6,1 anos de consumo.

As reservas potenciais em Uchuva-2 são equivalentes a 2,5 vezes as reservas atuais da Colômbia, disse Murgas.

A decisão judicial representa o mais recente capítulo da longa história colombiana de tensões entre sucessivos governos e grupos indígenas sobre projetos de energia, que, segundo as comunidades, muitas vezes infringem seus direitos ou ameaçam seu modo de vida.

A Petrobras não comentou o assunto.

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(Reportagem de Oliver Griffin)

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