Opep valoriza cooperação em energias com o Brasil, diz secretário-geral
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) valoriza a cooperação em energias com o Brasil, incluindo investimentos em renováveis, disse o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, durante abertura da ROG.e, feira da indústria de petróleo e gás, nesta segunda-feira.
Segundo ele, o Brasil está liderando caminhos para ajudar a encontrar soluções em energia realistas para "desafios do nosso tempo", que incluem a transição energética com fontes de energia menos poluentes.
O Brasil já teve convite anteriormente para ingressar como observador da Opep+, um grupo de países produtores de petróleo formado pelo membros da Opep e outras nações aliadas, como a Rússia.
"Nós da Opep valorizamos muito nossa ampla cooperação com o Brasil", disse Al Ghais, acrescentando que isso inclui o lançamento do relatório anual sobre perspectivas "World Oil Outlook", da organização, na ROG.e.
Anteriormente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil jamais será membro efetivo da Opep, mesmo que ingresse na aliança ampliada Opep+ como um observador para ter influência.
Há questões relacionadas a petrolíferas privadas no Brasil que dificultam o ingresso. Ser membro da Opep poderia resultar em cotas de produção que vão contra uma economia de mercado como a brasileira.
"Em outubro do ano passado estive em Brasília, tive a honra de encontrar com presidente Lula... O presidente tem clara percepção dos desafios e das oportunidades energéticas que temos pela frente, tanto no Brasil, quanto de forma mais ampla, em nível global", afirmou o secretário-geral da Opep.
Lula também disse anteriormente que o Brasil deveria participar da Opep+ com o objetivo de convencer os países produtores de petróleo a fazer a transição energética.
A autoridade da Opep afirmou ainda que o presidente brasileiro é apoiado por "meu amigo Alexandre Silveira", ministro de Minas e Energia.
"Eu e Alexandre falamos muito sobre muitas coisas e muitas vezes, e nós da Opep estamos ansiosos para trabalhar com ele e com sua equipe, nos próximos anos."
Al Ghais disse que a Opep continua a defender uma estratégia que apoia todas as fontes de energia e todas as tecnologias para oferecer "caminhos energéticos justos e equilibrados para todas as pessoas e todo lugar no mundo".
"O Brasil está demonstrando que é possível ser líder em energias renováveis, produzindo petróleo e gás que o mundo vai precisar agora e por muitos anos na frente e também possibilitar desenvolvimentos e avanços tecnológicos."
Ele reforçou que, assim como o Brasil, países-membros da Opep estão também investindo em energias renováveis e em petróleo e gás para garantir que as necessidades mundiais sejam bem atendidas.
(Por Marta Nogueira e Fábio Teixeira)
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