Agência de aviação dos EUA diz que reformas em cultura de segurança da Boeing podem levar anos
WASHINGTON (Reuters) - O diretor da agência de aviação dos Estados Unidos (FAA) disse nesta terça-feira que as melhorias na cultura de segurança da Boeing podem levar de três a cinco anos para serem concluídas.
"Não se trata de um programa de seis meses - é um programa de três a cinco anos", disse o administrador da FAA, Mike Whitaker, durante uma sessão de subcomissão da Câmara dos Representantes dos EUA.
Whitaker acrescentou que conversou com o presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg, e com a diretoria da empresa sobre a necessidade de reformas na cultura de segurança e disse que a Boeing fez melhorias significativas no curto prazo. "Em relação à cultura, trata-se de um projeto de longo prazo.... Há progresso, mas eles não estão onde precisam estar."
O Congresso dos EUA está realizando dois dias de audiências sobre a Boeing e os esforços de melhoria da qualidade dos produtos da empresa.
Em junho, Whitaker disse que a agência estava "muito distante" na supervisão da Boeing antes do desprendimento de um pedaço de fuselagem de um 737 MAX 9 novo operado pela Alaska Airlines e criticou auditorias anteriores. A Boeing está enfrentando investigações do Departamento de Justiça e da FAA sobre o incidente da Alaska.
Whitaker, que afirmou que a FAA aumentou permanentemente o uso de inspetores presenciais na Boeing, em janeiro impediu que a fabricante de aviões aumentasse a produção do avião mais vendido da empresa, o 737 MAX, até que a companhia realizasse melhorias de qualidade e segurança. Essa restrição, disse Whitaker nesta terça-feira, "realmente nos dá a vantagem de que precisamos para garantir que essas mudanças aconteçam".
Os parlamentares dos EUA expressaram frustração com a Boeing depois que centenas de pessoas morreram em quedas de aviões 737 MAX em 2018 e 2019. "Não queremos que a Airbus fique com todos os aviões (vendas), mas a Boeing continua fazendo besteira", disse o deputado Steve Cohen. "Para os interesses dos Estados Unidos, a Boeing precisa se organizar."
(Por David Shepardson)
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