Argentina está perto de concluir obras em gasoduto que viabilizaria oferta ao Brasil

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Argentina pretende concluir no início de outubro a primeira fase das obras de reversão em um gasoduto que pode viabilizar uma maior oferta de gás para o Brasil, disse o secretário de Energia argentino, Eduardo Chirillo, durante evento do setor de petróleo e gás no Rio de Janeiro.

Segundo Chirillo, Brasil e Argentina devem assinar nas próximas semanas um memorando de entendimentos em gás.

O governo brasileiro tem citado a importação de gás da Argentina como uma forma de aumentar a oferta do insumo e reduzir preços no Brasil.

A Argentina tem ampliado a exploração da reserva de Vaca Muerta, a segunda maior de gás não convencional do mundo.

"A demanda por gás é o Brasil que tem que avaliar e considerar... A Argentina terá um excedente, mas quem define não somos nós", disse ele, durante a feira ROG.e.

O secretário explicou que as obras visam permitir que um gasoduto, que hoje leva gás da Bolívia para a Argentina, possa ter o fluxo revertido da Argentina para a Bolívia, permitindo que o Brasil receba o gás argentino.

Brasil e Bolívia já estão conectados por uma outra malha, por onde chegaria o gás da Argentina.

A reversão do gasoduto que já conecta a Bolívia à Argentina poderia ampliar a oferta ao Brasil, no curto prazo, em até 4 milhões de metros cúbicos ao dia, segundo estimativas do mercado citadas pela autoridade.

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No futuro, essa oferta poderia chegar até 15 milhões de metros cúbicos/dia.

A segunda fase do projeto de reversão do fluxo de gás pode ampliar mais a oferta de gás ao Brasil e entrar em operação em março de 2025.

Apesar das estimativas do mercado, o secretário argentino evitou falar em quantidade de gás que estará disponível para o país enviar ao Brasil via Bolívia.

Chirillo adicionou que a prioridade é o atendimento do mercado interno argentino.

"Tem que analisar (o tamanho da oferta), como isso impacta o mercado interno argentino, estamos numa transição interna, se quando acabar a transição não gerar nenhum problema uma oferta de 4 milhões (m3), diríamos que sim", afirmou ele.

"Antes, na Argentina, havia um modelo que fixava preços altos para não exportar o gás. Estamos saindo desse modelo e entrando em outro. A oferta (extra) aparece nessa transição."

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A Argentina tem uma extensa malha de gás, que é muito consumido no inverno para calefação, e também durante o verão por conta da geração de energia para atender o maior acionamento dos aparelhos de ar condicionado.

(Por Roberto Samora)

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