IEA prevê excedente de oferta de petróleo e fraca demanda da China em 2025

Por Trixie Yap e Florence Tan

CINGAPURA (Reuters) - O crescimento da demanda de petróleo da China deverá permanecer fraco em 2025, apesar das recentes medidas de estímulo de Pequim, já que a segunda economia do mundo está eletrificando a frota de automóveis e cresce em um ritmo mais lento, disse o chefe da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.

A China, que foi responsável por mais de 60% do crescimento da demanda global de petróleo na última década, quando sua economia cresceu 6,1% em média, está desacelerando, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, à Reuters, à margem da conferência da Semana Internacional de Energia de Cingapura.

"A economia chinesa com cerca de 4% (de crescimento) ou em torno disso significaria que a China precisará cada vez menos de energia", disse ele, acrescentando que a demanda por veículos elétricos, que se tornaram competitivos em termos de custo em relação aos carros convencionais, continuará a crescer.

"O impacto do estímulo não foi tão significativo quanto alguns dos observadores do mercado esperavam", disse Birol, referindo-se aos recentes anúncios fiscais de Pequim com o objetivo de reavivar o crescimento econômico.

"Ele ainda é limitado. E, como vemos hoje, será muito difícil ver um grande aumento da demanda chinesa por petróleo."

Os preços globais do petróleo estão oscilando em torno de 70 dólares por barril, depois de cair mais de 7% na semana passada, apesar do aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. [O/R]

"Um dos dois motivos pelos quais observamos uma reação moderada nos preços do petróleo é que a demanda está fraca este ano e a expectativa é de que ela será fraca no próximo ano", disse Birol, observando que a demanda chinesa por petróleo teria ficado estável este ano se não fosse pelos produtos petroquímicos.

Outro fator que limita os preços do petróleo é o aumento da oferta dos produtores não pertencentes à Opep -- EUA, Canadá, Brasil e Guiana --, que é maior do que o crescimento da demanda global de petróleo, acrescentou.

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Quando perguntado se ele espera que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, interrompa os cortes de produção em 2025, Birol disse que cabe à Opep decidir sobre isso.

"O que vejo é que haverá um excedente de petróleo no próximo ano nos mercados se não houver grandes mudanças no contexto geopolítico", disse ele.

(Reportagem de Florence Tan e Trixie Yap)

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