Gerdau: otimismo com eleição nos EUA, mas defende protecionismo do Brasil
A Gerdau considera o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, com vitória do republicano Donald Trump e controle do partido dele sobre o Senado do país, como positivo para a demanda de aço na América do Norte, uma das principais operações da companhia.
O vice-presidente financeiro do grupo siderúrgico, Rafael Japur, afirmou que a valorização do dólar como consequência da postura mais protecionista de Trump deve favorecer os produtores internos de aço dos EUA e tornar mais difícil a entrada de produtos importados no Brasil.
"Estruturalmente, para nós, é positivo um dólar mais forte. No Brasil, importações ficam mais caras e mais difíceis de entrar. Além disso, temos uma exposição mais positiva com dólar valorizado", disse o executivo, em entrevista a jornalistas.
Japur se referiu à base produtiva da Gerdau no Brasil, mais voltada à rota elétrica que usa como insumo mais a sucata que minério de ferro e carvão dolarizados como ocorre em outros grupos siderúrgicos.
Porém, a eleição de Trump deve reforçar a necessidade do Brasil em ampliar suas medidas de proteção comercial contra importações de aço da China, disse o presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck.
Segundo ele, o Brasil tem que encerrar a cota 30% maior que a média histórica de importação de aço sem tarifa adicional, cobrar "pelo menos 35% de sobretaxa sobre aço chinês e incluir todos os produtos siderúrgicos brasileiros na medida de proteção — e não apenas os 15 que foram alvo de ações do governo federal neste ano.
A urgência, segundo Werneck, é que, com o esperado reforço na proteção comercial dos EUA no segundo governo Trump, o aço que era encaminhado ao país será desviado para outros destinos, incluindo o Brasil. "A China tem colocado aço (no Brasil) mesmo pagando esses 25% (de sobretaxa)", disse Werneck.
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