Guerras lideram riscos globais enquanto elite de Davos se reúne sob a sombra de um mundo fragmentado

Por Elisa Martinuzzi

LONDRES (Reuters) - Conflitos armados são o principal risco em 2025, segundo uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial divulgada nesta quarta-feira, um lembrete do aprofundamento da fragmentação global no momento em que líderes governamentais e empresariais participam da reunião anual de Davos na próxima semana.

Quase um em cada quatro dos mais de 900 especialistas entrevistados nos setores acadêmico, empresarial e de formulação de políticas classificou os conflitos, incluindo guerras e terrorismo, como o risco mais grave para o crescimento econômico no próximo ano.

O clima extremo, a maior preocupação em 2024, foi o segundo maior perigo citado.

"Em um mundo marcado por divisões cada vez mais profundas e riscos em cascata, os líderes globais têm uma escolha: promover a colaboração e a resiliência ou enfrentar a instabilidade agravada", disse o diretor-gerente do Fórum, Mirek Dusek, em um comunicado que acompanha o relatório.

"Os riscos nunca foram tão altos".

O Fórum começa em 20 de janeiro e Donald Trump, que será empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos no mesmo dia e prometeu acabar com a guerra na Ucrânia, discursará na reunião virtualmente em 23 de janeiro.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, participará da reunião e fará um discurso em 21 de janeiro, de acordo com os organizadores.

Entre outros líderes globais que participarão da reunião estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang.

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A Síria, a "terrível situação humanitária em Gaza" e a possível escalada do conflito no Oriente Médio serão o foco do encontro, de acordo com o presidente e CEO do Fórum, Borge Brende.

Os negociadores estavam definindo nesta quarta-feira os detalhes finais de um possível cessar-fogo em Gaza, após uma maratona de conversas no Catar.

A ameaça de desinformação foi classificada como o risco global mais grave nos próximos dois anos, de acordo com a pesquisa, o mesmo de 2024.

Em um horizonte de 10 anos, as ameaças ambientais dominaram as preocupações dos especialistas com relação aos riscos, segundo a pesquisa. O clima extremo foi o principal risco global de longo prazo, seguido pela perda de biodiversidade, mudanças críticas nos sistemas da Terra e escassez de recursos naturais.

No ano passado, as temperaturas globais ultrapassaram 1,5 grau Celsius acima da era pré-industrial pela primeira vez, deixando o mundo mais perto de violar o compromisso assumido pelos governos no acordo climático de Paris de 2015.

Um risco global é definido pela pesquisa como uma condição que afetaria negativamente uma proporção significativa do PIB global, da população ou dos recursos naturais. Os especialistas foram entrevistados em setembro e outubro.

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A maioria dos entrevistados, 64%, espera a persistência de uma ordem global multipolar e fragmentada.

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