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Inadimplência das empresas cresce menos em setembro, aponta SPC Brasil

22/10/2014 10h21

O número de empresas inadimplentes cresceu em setembro, mas de forma menos intensa do que em períodos anteriores. Segundo o indicador calculado pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de pessoas jurídicas com contas em atraso no país aumentou 6,22% na comparação com setembro de 2013. Trata-se da menor alta dos últimos sete meses.

Na comparação com agosto, houve queda de 0,51%, primeira variação negativa em dez meses e a queda mais intensa para meses de setembro desde 2010, quando a série histórica da pesquisa foi iniciada.

A melhora do indicador de inadimplência da pessoa jurídica tem relação direta com o mesmo movimento observado entre as pessoas físicas, na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

O indicador que mede a evolução dos consumidores devedores caiu 1,64% em setembro ante o mesmo período do ano passado. "Uma vez que mais consumidores pagaram seus atrasos no mês, a saúde financeira das empresas pode ter sido positivamente afetada, o que permitiu que o número de pessoas jurídicas com pendências também caísse", afirmou, em nota.

Apesar de o número de empresas com compromissos em atraso ter crescido em todas as regiões brasileiras, a alta no mês de setembro teve desaceleração generalizada no país. A maior alta anual, de 6,63% ocorreu no Sudeste. Já a região Nordeste, que em agosto registrara o avanço mais acentuado, ficou em segundo lugar no ranking de maiores altas (6,44%).

Na comparação com a média de crescimento nacional, de 6,22%, o Norte, Centro-Oeste e Sul registraram taxas inferiores à do país, de 4,56%, 2,99% e 2,68%, respectivamente. Já a análise das pessoas jurídicas por setor do devedor mostra que as maiores altas foram observadas nos segmentos de serviços (9,68%) e indústria (6,01%), seguidos por comércio (5,02%) e agricultura (4,46%).

Além disso, em setembro de 2014, quase metade (49,54%) das empresas com dívidas pertenciam ao segmento do comércio. Em seguida aparecem os setores de serviços (36,04%) e indústria (9,82%). Para os economistas do SPC Brasil, o resultado está relacionado ao papel intermediário assumido pelos comerciantes.

"Muitos atacadistas, por exemplo, ao revenderem mercadorias aos varejistas, ganham maior participação no mercado e ficam mais expostos. Com isso, o segmento acaba também respondendo pela maior parte da inadimplência", afirma Marcela Kawauti.