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Intenção de consumo das famílias em SP tem menor nível em cinco anos

29/06/2015 15h45


As famílias paulistanas continuam sem disposição para elevar o consumo, em especial de produtos duráveis, que são mais caros e cuja compra depende mais do crédito. É o que mostra a pesquisa sintetizada pelo Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apurado pela FecomercioSP. O indicador caiu pelo oitavo mês consecutivo em junho ante maio - 9,1% para 81,7 pontos - e atingiu o menor nível desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. Na comparação com junho do ano passado, o recuo é de 26,3%, a maior queda interanual da série histórica.

Segundo a assessoria econômica da federação, a alta da inflação e dos juros aliados à falta de perspectiva da recuperação da economia fez com que as famílias perdessem fortemente o poder de compra. Com isso, os consumidores preferem manter o consumo básico e buscam na poupança uma saída para equilibrar as contas.

A estimativa da entidade é que para os próximos meses o consumo permaneça em baixa, além de atingir novos recordes ao invés de uma reversão do cenário. Portanto, o segundo semestre do ano será de muita dificuldade para as famílias, pois com inflação e desemprego crescendo e sem perspectiva de melhora, o alerta máximo para as finanças continuará ligado e, assim, manterá o indicador nessa área de insatisfação.

Pelo terceiro mês consecutivo, os sete itens que compõem o ICF registraram queda na comparação mensal e, pela primeira vez, Renda Atual (97,7 pontos) e Acesso ao Crédito (87,4 pontos) entraram na zona de insatisfação, ou seja, abaixo de cem pontos. Os dados mostram que é a primeira vez que as famílias acreditam que a renda está pior neste momento do que em relação ao mesmo período em 2014.

A maior variação mensal negativa foi vista no item Momento para Duráveis, que recuou 15,4% na comparação com maio e atingiu 56,3 pontos.

O item Nível de Consumo Atual marcou 56,2 pontos, se retraiu 12,1% na comparação com maio, e completa 29 meses seguidos no patamar da insatisfação. Perspectiva de Consumo caiu 12% no período e atingiu 64,9 pontos. Os indicadores Emprego Atual (106 pontos) e Perspectiva Profissional (103,4 pontos) despencaram 4,6% e 3,7% respectivamente.

Pelo segundo mês seguido, o ICF de ambas as classes por renda ficou abaixo dos cem pontos. A pesquisa aponta que, entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, o índice atingiu 84,4 pontos, queda de 9,8% na comparação com maio. Adicionalmente, o índice de famílias com renda superior a dez salários mínimos recuou 7% e marcou 73,9 pontos.