Neste ano, 42% das indústrias reduziram uso da mão de obra, nota CNI
Nos primeiros seis meses deste ano, 42% das indústrias extrativas e de transformação do país lançaram mão de algum recurso para redução do uso da mão de obra - "layoff", férias coletivas, licença remunerada ou redução do número de turnos. Ainda assim, 50% das empresas ouvidas na Sondagem Especial Emprego na Indústria, divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), demitiram parte do quadro de funcionários no período.
Realizado entre 1º e 15 de abril com 2.307 companhias - antes, portanto, do anúncio do programa de proteção ao emprego (PPE), que dá subsídio às reduções parciais de jornada -, o levantamento mostra ainda que um terço das indústrias pretende adotar medidas que diminuam o uso da mão de obra nos próximos seis meses.
Entre os 42% que adotaram essas medidas em 2015, 78% também demitiram no período. Uma em cada cinco promoveu "layoff" (a chamada suspensão temporária dos contratos de trabalho). A maioria (38%) reduziu o número de turnos; 28% não renovaram contratos por prazo determinado; 26% promoveram o uso do banco de horas; 26% deram férias coletivas não programadas; 21% fizeram manutenção não programada de máquinas e equipamentos.
A principal razão para a adoção das medidas, conforme a sondagem, foi o preço alto que as empresas pagam para demitir um funcionário, citado por 52% dos entrevistados. Na sequência, 34% disseram terem sido motivados pela preocupação em reter trabalhadores qualificados e 32% levaram em consideração a dificuldade para repor o funcionário no futuro.
A queda da produção foi o motivo levantado por 67% das companhias que realizaram demissões nos últimos seis meses para justificar os cortes de pessoal. As dificuldades financeiras vieram em seguida (32%).
Entre os setores, a indústria de alimentos e bebidas foi a única em que o percentual de empresas que demitiram e/ou adotaram medidas de redução de mão de obra não alcançou 50% (foi de 48%). No segmento automotivo o percentual chegou a 78%; em outros equipamentos de transporte, 73%; na metalurgia, 72%.
Dentre as empresas pesquisadas, 36% planejam reduzir o número de empregados nos próximos seis meses - 17% disseram que devem usar planos de demissão voluntária para isso. Das companhias que já fizeram cortes, 58% afirmaram que darão sequência ao ajuste de pessoal.
Um terço do total deverá adotar medidas de redução do uso da mão de obra. Entre as modalidades preferidas estão a redução do número de turnos e a promoção do uso de banco de horas, com 31%, a não renovação de contratos por prazo determinado e as férias coletivas não programadas, ambas citadas por 28% dos entrevistados, e o "layoff" e a redução da jornada (com ou sem redução de salário), citadas por 21%.
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