Dólar fecha em alta diante da preocupação com a China
O dólar fechou em alta frente ao real pelo segundo pregão consecutivo diante de nova escalada das preocupações em relação à China, após o banco central chinês ter promovido nova desvalorização do yuan, que está no menor patamar em cinco anos, o que elevou a aversão a risco nos mercados.
O dólar comercial subiu 0,88%, fechando a R$ 4,0518. Já o contrato futuro para fevereiro avançava 0,33% para R$ 4,075. Já o euro subia 1,67% para R$ 4,4068.
O mercado de câmbio local acompanhou a alta do dólar frente às principais moedas emergentes no exterior, que foram influenciadas pela depreciação da moeda chinesa.
Lá fora, a moeda americana subia 0,57% em relação ao dólar australiano, 0,63% diante do rand sul-africano e 0,51% frente ao peso mexicano.
O que deflagrou a onda de nervosismo foi a desvalorização de 0,5% na taxa de referência diária do yuan frente ao dólar, o maior ajuste promovido pela autoridade monetária do país desde agosto do ano passado. A iniciativa do BC levou a Bolsa de Xangai a cair mais de 7%, acionando o "circuit breaker" apenas 30 minutos após o início da sessão - o mais curto pregão em 25 anos de história do mercado de capitais no país.
A autoridade reguladora do mercado de capitais da China anunciou hoje que decidiu suspender o novo mecanismo de "circuit breaker". Além disso, notícias apontam que o banco central da China está estudando medidas para aumentar o controle de capital no mercado onshore e reduzir a possibilidade de arbitragem em relação à taxa negociada no mercado offshore.
Segundo o estrategista da XP Investimentos em Nova York, Daniel Cunha, a depreciação da moeda chinesa aumenta a pressão para uma desvalorização ainda maior do real seja pelo canal das expectativas, refletindo a necessidade das autoridades chinesas em desvalorizar o câmbio para promover um ajuste na economia, seja pelo lado comercial, uma vez que a China é o principal destino para as exportações brasileiras. "A China vem promovendo uma desvalorização gradual da moeda e não é apenas 0,5% que vai ajudar a China a atingir seus objetivos. Alguns analistas estão falando que o movimento de queda da moeda chinesa seria muito mais robusto da ordem de 20% para ter algum impacto na atividade e contribuir para o equilíbrio dos níveis de inflação", afirma.
Cunha destaca que o receio dos mercados é que essa desvalorização do yuan possa ser apenas a ponta do "iceberg" e sinalize uma preocupação das autoridades chinesas com uma retração maior da economia. "Alguns analistas já falam que pode estar havendo uma saída de capitais da China que estaria forçando o banco central chinês a desvalorizar a moeda e vender reservas", afirma.
De outro lado, lembra Cunha, uma desaceleração forte da China pode levar o Federal Reserve a reduzir o ritmo de aperto monetário, o que ajudaria amenizar o impacto da aversão a risco causada pela China.
Para o estrategista da XP, o BC deve seguir monitorando de perto esses movimentos de volatilidade e se fato houver um fluxo mais forte de saída ele deve aumentar a atuação no câmbio.
Por enquanto, a autoridade monetária segue apenas rolando os contratos de swap cambial que estão vencendo e renovou hoje mais 11.600 contratos que expirariam em fevereiro.
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