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Juros futuros com prazos mais curtos recuam em dia de anúncio do Copom

20/01/2016 16h50


As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos recuaram na BM&F, com os investidores consolidando a aposta em um alta menor da taxa básica de juros, de 0,25 ponto, na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que será anunciada nesta quarta-feira. Já os DIs com prazos mais longos avançaram diante da expectativa de um ciclo menor de aperto monetário e do cenário de maior aversão a risco no exterior.

Comentários vistos como "dovish" do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em nota publicada ontem sobre as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB, geraram dúvidas sobre a retomada do ciclo de aperto monetário, levando o mercado a mudar as apostas para uma alta de 0,25 ponto, com muitos analistas vendo a possibilidade de manutenção da taxa básica de juros.

Hoje o DI para janeiro de 2017 recuou de 15,38% para 15,17% no fechamento do pregão regular.

Com isso, a curva de juros reflete a probabilidade de 80% de uma alta de 0,25 ponto.

A expectativa de um ciclo menor de aperto monetário, em meio a ruídos de interferência política no Banco Central, levou as taxas dos contratos com prazos mais longos a dispararem na BM&F. O DI para janeiro de 2021 chegou a bater em 17% na máxima intradia, subindo de 16,64% para 16,77% no fechamento do pregão regular, maior patamar desde 23 de setembro de 2015, no momento de forte aversão a risco, logo após a perda do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor's e de "sell-off" de ativos emergentes.

Notícias sobre maior pressão do Planalto e de integrantes do PT defendendo uma política monetária mais "dovish" contribuem para aumentar a preocupação em relação à autonomia do BC. Em entrevista para integrantes de blogs, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a redução da taxa Selic , mas afirmo que a economia pode crescer com a atual taxa de juros, de 14,25%.

O cenário de maior aversão a risco no exterior, com a forte queda do preço do petróleo contribuiu para a inclinação da curva de juros hoje, mas investidores seguem cautelosos com o cenário interno. "A curva de juros está se ajustando à piora das expectativas. O BC se colocou em um lugar em que qualquer que seja o placar o resultado não vai ser bem recebido pelo mercado", afirma Christiano Clemente, diretor operacional da Tullet Prebon.

A mudança de sinalização do BC na véspera da decisão do Copom, segundo analistas, prejudicou a credibilidade da autoridade monetária, e tornou mais difícil a ancoragem das expectativas.