Juros futuros recuam com ajustes de apostas após Copom manter Selic
As taxas dos contratos futuros de juros recuaram na BM&F, com os investidores ajustando as posições após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros estável em 14,25%, surpreendendo o mercado, que esperava alta da Selic. O DI para janeiro de 2017 recuou de 15,15% para 14,80%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu de 16,8% para 16,78%.
O mercado devolve os prêmios da curva de juros, que refletia ontem a probabilidade de um aumento de 0,25 ponto, o que não aconteceu. A maioria dos analistas revisou as projeções, esperando agora manutenção da taxa Selic até o fim de 2016.
A reação do mercado à decisão do Copom, após uma mudança na comunicação na véspera da decisão e em meio a um ambiente de notícias sobre maior pressão política, foi o aumento da inclinação da curva de juros. A inclinação, dada pela diferença entre a taxa do DI para 2017 com o DI para 2021, subiu de 1,655 ponto para 1,98 ponto, com os investidores vendo a piora das expectativas de inflação mais à frente.
Segundo o Brasil Plural, o risco é do mercado, em breve, começar a ponderar se a próxima jogada da política monetária será em direção a um corte de juros ao invés de alta, dada a preocupação do BC com o crescimento. "Por enquanto, retomamos a projeção que tínhamos antes de novembro, de uma taxa Selic estável até o fim de 2016", aponta o banco em relatório.
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, a decisão de ontem foi interpretada pelo mercado como resultado de uma interferência política, com a indicação do retorno da chamada "nova matriz econômica", que predominou no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff baseada no crédito subsidiado por bancos públicos para impulsionar o consumo. "O governo está buscando defender o mandato da presidente e vai usar todos os instrumentos para isso, incluindo a política monetária", diz Rostagno, que também espera manutenção da taxa de juros até o fim de 2016.
O efeito disso, segundo o estrategista do Mizuho, será uma piora do perfil da dívida pública, com aumento das taxas dos papéis prefixados e aumento do custo do crédito de longo prazo, além do BC poder aumentar as atuações no câmbio para conter a inflação. "A volta das políticas adotadas no primeiro mandato da presidente Dilma deve pressionar o câmbio, o que forçará o BC a aumentar as intervenções para evitar que a inflação saia de controle e isso tem um custo fiscal", afirma.
No caso da dívida pública, o efeito será uma redução do prazo médio das emissões dos papéis prefixados para evitar sancionar o aumento das taxas nos títulos com prazos mais longos.
Hoje o Tesouro Nacional vendeu hoje 2 milhões de LFT e 4 milhões de LTN em leilão, cuja operação somou R$ 17,379 bilhões. Do total de 4 milhões de LTN vendidas ao mercado, 3 milhões tinham vencimento de curto prazo, até abril de 2018.
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