Dólar fecha em queda com recuperação do petróleo e ata do Fed
O rali das moedas emergentes, sustentado pela recuperação do preço do petróleo e o tom "dovish" da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que afirmou ver aumento das incertezas para perspectiva econômica, acabou se sobrepondo à notícia de rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's e levou o dólar a fechar em queda frente ao real, após seis pregões consecutivos de alta.
O dólar comercial caiu 1,83%, encerrando a R$ 3,9942.
A moeda americana chegou a reduzir a perda após a notícia do rebaixamento da nota do Brasil pela S&P, mas acabou sustentando a queda frente ao real diante do ambiente externo de maior apetite por ativos de risco.
No mercado futuro, o contrato para março acelerou a queda após a divulgação da ata do Fomc, que reforçou a leitura de que o Federal Reserve deve ser ainda mais gradual no aperto monetário e não deve subir a taxa de juros tão cedo diante das incertezas no cenário externo. O dólar para março recuava 2,04% para R$ 4,006.
A S&P, que já mantinha a nota de crédito do Brasil abaixo do grau de investimento, rebaixou hoje o rating soberano de "BB+" para "BB", mantendo a perspectiva negativa. Segundo a agência, os desafios econômicos e políticos do Brasil continuam consideráveis e agora a expectativa é de um processo de ajuste mais longo.
A última ação da S&P havia sido em setembro de 2015, quando a agência de classificação de risco cortou o grau de investimento Brasil. A Moody's ainda é a única agência que mantém o rating do Brasil acima do grau de investimento, com perspectiva negativa.
Segundo Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, os fundamentos do Brasil ainda estão muito ruins e se o ?humor' no cenário externo estivesse pior, a notícia do rebaixamento do rating do Brasil teria impactado mais os preços dos ativos. "Apesar dos fundamentos piorando, a perspectiva de que o Brasil não vai quebrar, o juro alto, e os preços baratos de alguns ativos mantêm o país atrativo do ponto de vista de investimento", diz.
Segundo Solange, a ata do Fomc veio em linha com o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, no Congresso americano na semana passada, que mostrou maior preocupação com a economia global.
Os membros do Fomc destacaram que a economia dos Estados Unidos pode contrair em função da queda do preço das commodities, piora das condições dos mercados financeiros e crescimento mais lento da economia global, com a inflação devendo levar um pouco mais de tempo para atingir a meta de 2%, o que deverá ocorrer até o fim de 2018. "O que sustenta uma performance melhor do real é o clima mais positivo para mercados emergentes, uma vez que o dólar perdeu força globalmente diante do cenário de incerteza em relação à economia global e taxas de juros negativas nos mercados desenvolvidos".
Lá fora, a alta do preço do petróleo sustentou o rali das moedas emergentes, especialmente às atreladas a commodities.
O preço do óleo acelerou a alta após reunião entre membros de países exportadores da commodity com o Irã.
O ministro de petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, disse, após a reunião com colegas do Iraque, Venezuela e Qatar, que o país não se compromete a limitar a sua produção de petróleo, mas que apoiará a ação para recuperar o preço da commodity.
Ontem, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegou a um acordo de limitação de produção aos níveis de janeiro, mas ainda depende que outros produtores (de fora do grupo) aceitem. A despeito dessa condição, analistas já afirmam que esse acordo pode ser considerado um avanço considerável.
No mercado local, o Banco Central renovou mais 11.900 contratos de swap cambial que venceriam em março.
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