IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bovespa passa por correção e cai após quatro altas

18/02/2016 16h35

A bolsa brasileira acompanha o sinal negativo dos mercados americanos na tarde desta quinta-feira, com bancos e siderúrgicas entre as principais baixas do dia. Operadores atribuem o movimento de hoje mais a uma correção, após quatro dias seguidos de alta, do que propriamente a uma reação atrasada à decisão de ontem da S&P de cortar novamente o rating soberano. Ao longo da noite, a agência também revisou para baixo as notas das principais empresas e bancos brasileiros.

"A bolsa subiu por quatro dias. Ontem você teve vencimento de índice futuro e o corte da S&P. É natural uma realização de curto prazo. Até porque o mercado lá fora está mais negativo hoje e essa alta recente não é um movimento sustentável. Há muitas incertezas aqui e no exterior", observou o economista-chefe do Modalmais, Alvaro Bandeira.

Às 15h40, o Ibovespa recuava 0,51%, para 41.418 pontos, com volume de R$ 2,9 bilhões. Em Nova York, o índice Dow Jones recuava 0,10%, o Nasdaq perdia 0,56% e o S&P 500 caía 0,23%.

No mercado de petróleo, o barril do WTI tem um dia volátil e há pouco subia 1,11%, para US$ 31,00. Depois de recuar no início da tarde com a informação do Departamento de Energia dos Estados Unidos de que os estoques voltaram a crescer na semana passada, o preço do barril voltou a subir há pouco, com a declaração de um porta-voz do Iraque, de que o país vai congelar a produção de outros países fizerem o mesmo.

Entre as principais ações do Ibovespa, Itaú PN (-2,54%) e Bradesco PN (-2,52%) concentram as perdas, seguidas por Vale PNA (-2,09%), Petrobras PN (-1,06%) e Ambev ON (-0,05%).

Além da revisão dos ratings pela S&P, os bancos sofrem com relatório do Credit Suisse, que cortou os preços-alvos de Itaú PN, de R$ 30 para R$ 25, e de Bradesco PN, de R$ 26 para R$ 22. Credit Suisse estima que o lucro do Itaú vai recuar cerca de 27% em 2016 e o do Bradesco, 14%. Os analistas do banco suíço também reduziram a expectativa de lucros em 2017, sinal de que o cenário ruim deve se alongar também para o próximo ano.

Entre as maiores baixas estão Usiminas PNA (-9,00%), Gerdau Metalúrgica PN (-4,86%) e JBS ON (-3,70%). A Usiminas apresentou um prejuízo nove vezes maior no quarto trimestre, de R$ 1,36 bilhão, devido a uma baixa contábil de R$ 1,6 bilhão. Sem ela, a siderúrgica teria lucrado R$ 217,3 milhões no trimestre.

Na ponta positiva do mercado estão Braskem PNA (5,18%), Natura ON (5,04%) e Cesp PNB (2,84%). O lucro da Braskem somou R$ 220 milhões no quarto trimestre, revertendo prejuízo de R$ 24 milhões apurado um ano antes. No ano, o lucro da petroquímica quase quadruplicou, para R$ 3,14 bilhões.