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Investimento da indústria continuará a cair em 2016, aponta CNI

18/02/2016 16h35

Os investimentos da indústria que foram os mais baixos desde 2010 no ano passado devem ser ainda menores agora em 2016. A indicação é dada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que fez pesquisa com as empresas de grande porte, aquelas com mais de 250 funcionários.

O levantamento aponta que 64% das indústrias pretendem fazer investimentos em 2016, e que desse grupo apenas 33% delas planejam iniciar novos projetos, o restante pretende dar continuidade a projetos que já estão em andamento.

"Todos sabem que a situação da economia é muito ruim. Há um problema sério de crédito para investimento e as empresas estão debilitadas pelo aumento de custos e menores vendas", diz o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

Entre as empresas que não pretendem investir em 2016, a principal razão apresentada é a incerteza econômica, com 92% nas menções. A ociosidade elevada aparece com 65% seguida pelo custo de crédito com 41% das indicações.

A baixa intenção de investimento decorre, também, da previsão de grande ociosidade das indústrias, 90% acreditam que a capacidade instalada atual está adequada ou mais que adequada para atender à demanda prevista para 2016.

Segundo Fonseca, um ponto positivo da pesquisa, é que no grupo que pretende fazer investimento, 46% vão buscar melhora de processos e18% desenvolvimento de novos produtos. "Não tem investimento em novas fábricas, mas tem investimento em inovação. Essa melhoria de processos também é feita pensando em atender o mercado externo", disse Fonseca.

Marcelo Azevedo, economista da CNI responsável pela pesquisa, chamou atenção para o aumento no investimento orientado ao mercado externo. Das empresas que pretendem investir subiu de 25% em 2015 para 31% em 2016 a proporção daquelas que buscam atender igualmente o mercado doméstico e o externo, com isso caiu o percentual daquelas com foco somente do mercado local, de 26% para 20%.

Segundo Fonseca, a recuperação da economia brasileira vai passar pelo mercado externo, por isso é importante o aumento do investimento em competitividade e ganhos de produtividade.

Olhando os dados de 2015, o número de empresas que investiu em 2015 foi de 74%, também o menor desde 2010, quando a pesquisa começou a ser feita. Dentro do grupo que investiu, mais da metade (58%) não completou os projetos conforme o planejado. O levantamento também aponta que 67% das indústrias que investiram em 2015 o fizeram para continuar projetos já existentes e apenas 33% foram para novos projetos.

A pesquisa aponta um aumento da dependência de capital próprio entre as indústrias que realizaram investimentos em 2015. O uso de recursos próprios subiu de 61% em 2014 para 72% em 2015, resultado de uma redução da participação do BNDES, que caiu de 20% para 15% e dos bancos públicos como Caixa e BB que recuaram de 6% para 3%. A participação dos bancos privados também encolheu de 9% para 7%. Segundo Fonseca, esses dados mostram que mesmo aquelas empresas que quiseram investir não conseguiram por falta de recursos.

Ainda olhando os dados de 2015, das empresas que investiram, 86% compraram máquinas e equipamentos e dessas 55% deram preferência a máquinas e equipamentos nacionais, enquanto 23% compraram produtos importados.