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Índice de Confiança da Construção atinge o menor nível da história

25/02/2016 09h35

A confiança dos empresários da construção civil voltou a cair em fevereiro, com avaliações pessimistas tanto sobre o momento atual quanto sobre o futuro, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Um dos principais problemas do setor continua sendo a falta de demanda.

O Índice de Confiança da Construção recuou 0,9 ponto em fevereiro, para 66,6 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em julho de 2010. Depois de subir em novembro passado (0,9 ponto), esta foi a terceira queda consecutiva, sucedendo os recuos de 0,3 ponto em dezembro, e de 1,9 ponto em janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, a queda foi de 12,9 pontos.

"Ao mostrar nova piora e recorde negativo do indicador de confiança, a Sondagem da Construção de fevereiro sinaliza a continuidade do movimento de encolhimento do setor para os próximos meses. Ou seja, não se vislumbra ainda uma acomodação da atividade, mesmo que em patamar baixo. Muitos fatores estão contribuindo para este cenário, mas vale destacar que as incertezas no campo macroeconômico têm se mostrado como um dos principais ?gargalos' à melhoria dos negócios" observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, em nota.

A queda da confiança em fevereiro decorreu da piora da percepção das empresas sobre o momento atual: o Índice da Situação Atual recuou 1,9 ponto, a 63,6 pontos. Dentre os quesitos que integram este indicador-sintese da pesquisa, a maior contribuição para a queda veio do indicador de satisfação com a situação atual dos negócios, que caiu 3,1 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 0,1 ponto, registrando 70,1 pontos. O indicador que mede a perspectiva de demanda pelos serviços da empresa para os próximos três meses foi o que apresentou maior contribuição para a redução do IE-CST no mês, com queda de 0,4 ponto, em relação a janeiro.

A demanda insuficiente persiste como principal fator que limita os negócios, tendo registrado aumento de frequência de citações de 11,2 pontos percentuais entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, dia a FGV. No ano passado, 43,4% citavam esse item. Agora são 54,6%.

O item "outros", que era o sétimo fator impeditivo de expansão, cresceu 11,6 pontos (de 18,2% para 29,8% das citações) ao longo dos 12 meses. Entre os itens classificados nessa categoria, o destaque tem sido a citação à incerteza no cenário macroeconômico.

Em contrapartida, a opção escassez de mão de obra qualificada, que era o terceiro maior fator impeditivo em fevereiro de 2015, com 22,8% das assinalações, atualmente está entre os de menor importância, opção sinalizada por 8,7% das empresas.