Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Dólar fecha em queda após Fed sinalizar aperto monetário gradual

06/04/2016 17h30

A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) veio em linha com a sinalização "dovish" dada pela presidente do banco central americano, Janet Yellen, na semana passada, reforçando que o aperto monetário nos Estados Unidos deve ser mais gradual. Isso aumentou as apostas em uma postergação da alta de juros nos Estados Unidos, o que permitiu a recuperação das moedas emergentes e levou o dólar a fechar em queda frente ao real.

O dólar comercial caiu 1,05% e fechou a R$ 3,6444, enquanto o contrato futuro para maio recuava 1,04% para R$ 3,67.

A moeda americana ampliou a queda frente ao real após a divulgação da ata do Fed. Os membros do Fomc destacaram que as condições globais continuam a diminuir os riscos para a inflação, reduzindo as chances de uma alta de juros na reunião de abril.

A expectativa da manutenção da taxas de juros em patamar baixo nos Estados Unidos, em meio a um cenário de liquidez global, levou à recuperação das moedas emergentes frente ao dólar.

A moeda americana caía 0,82% em relação ao dólar australiano, 0,33% frente ao peso mexicano e reduziu a alta diante da lira turca para 0,12%.

No mercado local, o fato do Banco Central não ter realizado o leilão de swap cambial reverso, que consiste em uma compra futura de dólar, abriu espaço para uma realização de lucro, após dois pregões consecutivos de alta da moeda americana, o que ajudou a intensificar esse movimento.

A autoridade monetária seguiu com a renovação do lote de US$ 10,385 bilhões em contratos de swap cambial tradicional que vence em maio e rolou hoje mais 5.500 papéis. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC deverá renovar apenas 50,31% do lote que vence mês que vem.

Investidores seguem acompanhando o cenário político local.

O deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão que analisa o pedido impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, apresentou hoje o parecer favorável ao afastamento da presidente.

A votação em plenário está prevista para acontecer até o dia 19 de abril. Hoje o Partido Progressista, que detém a terceira maior bancada na Câmara, anunciou que apoiará o governo. Segundo o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), há pelo menos 40 votos do partido contra o impeachment.

Enquanto o governo conta os votos para tentar barrar o impeachment da presidente Dilma na Câmara, os investidores reduzem as posições, vendo um cenário binário para os ativos locais. "Há uma dúvida maior em relação ao processo de impeachment, que tem paralisado o governo. Nesse ambiente, os investidores reduziram as posições e ficam só no giro [operações intradia]", afirma Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.