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Lula diz que derrota na comissão do impeachment 'não quer dizer nada'

11/04/2016 23h00

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que "a derrota na comissão de impeachment não quer dizer nada". Lula fez discurso para militantes nos Arcos da Lapa, região central do Rio de Janeiro.

Segundo ele, a comissão "foi montada por Eduardo Cunha, é o time dele". O ex-presidente afirmou que "domingo é que nós temos que ter clareza", a respeito da decisão no plenário da Câmara, neste fim de semana, de abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Sabemos que temos que conversar com os deputados, sabemos que eles estão sendo pressionados", disse em seu discurso.

Lula admitiu que a atual presidente errou em algumas políticas, principalmente na área econômica. "A companheira Dilma fez uma proposta que nenhum companheiro dela gostou, que foi o ajuste para atender o mercado, mas o mercado dela não é o banqueiro, é o cara que vai no supermercado", disse.

Num discurso de mais 30 minutos, Lula voltou a lembrar da luta de classes que divide PT e PSDB, lembrando de políticas públicas que ampliaram o acesso das minorias ao ensino superior. Destacou a necessidade de uma regulação da mídia, "não como a feita na China , mas semelhante a países como Inglaterra e Estados Unidos", disse ele, sem especificar que tipo de regulação existe nesses países.

Lula atacou os movimentos que pedem a saída de Dilma e afirmou que eles têm atitudes "do início do nazismo e do fascismo na Europa".

O discurso ocorreu após um ato de artistas e intelectuais, que reuniu cerca de três mil pessoas dentro de uma casa de espetáculos na região central do Rio de Janeiro. Lula discursou para centenas de pessoas que esperavam do lado de fora, em frente a um palco montado ao lado dos Arcos da Lapa.

Também presente estava João Pedro Stedile, presidente do Movimento dos Sem Terra (MST), que propôs uma vigília, no domingo, na praia de Copacabana, principal ponto de encontro das manifestações a favor da saída da petista.

Stedile aproveitou a fala ainda para pedir uma reforma ministerial, ampliando espaço para os movimentos sociais.